“Seja o director do melhor jornal de economia do País”

Seja o director do melhor jornal de economia do País
O Económico Social é uma nova plataforma online que congrega as notícias elaboradas pelos jornalistas do Diário Económico e os vídeos produzidos pelo Económico TV mas com a particularidade de serem os utilizadores a ter a palavra final sobre o alinhamento do site.

 

Na apresentação, ontem em Lisboa, o director do Económico, António Costa, sublinhou precisamente que “o poder de decisão é transferido para quem consome a marca”. A equipa editorial manterá o seu papel – um papel insubstituível por razões desde logo éticas e deontológicas. Assim, os jornalistas continuarão a escolher os conteúdos informativos do Económico Social, mas partilharão a edição com os utilizadores: é que serão estes, em função do número de visualizações, a hierarquizar as notícias e os vídeos. É como se fossem “uma mão invisível” que tem a capacidade de tomar decisões diferentes das dos editores.

Para António Costa, perceber até que ponto as escolhas editoriais coincidem, ou não, com as dos utilizadores será estimulante para os jornalistas.
A nova plataforma é assumida como uma ferramenta inovadora que se propõe ser o centro online de uma nova comunidade – a de quem lê a marca Económico. E uma ferramenta que visa criar a diferença, não só em Portugal como no mercado internacional. Será – nas palavras do director – um modelo para exportar e mostrar que, em português, é possível ser-se tão competitivo como os melhores.

Foi precisamente a intenção de crescer que conduziu à concepção e desenvolvimento da tecnologia de real time, patenteada pela portuguesa IBT. O CEO, André Parreira, queria extravasar os horizontes das cerca de 700 empresas a que prestava apoio em e-business. E lançou a si próprio e aos seus colaboradores um desafio ambicioso – mudar a internet.

Daí ao real time foi um passo que começou com a observação de que os sites noticiosos – mesmo os de jornais de referência como o Financial Times – eram estáticos, apresentavam informação sempre desactualizada na medida em que a sua actualização estava dependente ou do refresh automático ou do refresh por iniciativa do utilizador. Se nada acontecesse, o site ficaria sempre igual ao momento do acesso. Utilizando a linguagem HTML, que tem a vantagem de ser universal, a empresa desenvolveu um software consistente e bidireccional, testado em primeira mão, há três meses, no site do Económico.

O passo seguinte é uma fusão entre o ambiente editorial e o ambiente social – o Económico Social, o primeiro site web 3.0. É – demonstrou André Parreira – um site completamente vivo: quando se entra numa notícia, acede-se a toda a informação relacionada, sejam vídeos, comentários, links, tweets, votações. Em qualquer suporte digital – da televisão ao computador, do tablet ao smartphone, porque o formato é totalmente adaptável, sem necessidade de uma aplicação.

É “revolucionário”, assim o descreveu Miguel Coutinho, responsável pela gestão do projecto. Com algumas notas escritas – porque “a imprensa é muito importante”, como ironizou, por ser o orador que se seguiu à apresentação tecnológica –, destacou que nenhuma outra experiência, mesmo a do Wall Street Journal, foi tão longe do ponto de vista técnico, dos conteúdos e da liberdade dada aos utilizadores.

E a propósito dessa liberdade, disse ter-se colocado a questão de filtrar ou não os contributos dos utilizadores: a decisão foi a de adoptar a mesma regra em vigor nas redes sociais, a da auto-regulação.

É um desafio para os jornalistas, para os gestores de media e para os anunciantes, do qual o grupo espera “retorno económico” e sobre o qual existe “uma expectativa muito positiva”.

A partir de hoje, cada leitor vestirá, mesmo que não intencionalmente, a pele de director de jornal.

Fátima de Sousa

Fonte: Briefing

Terça-feira, 06 Dezembro 2011 10:04


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