Em comunicado, a ANEBE afirma que na sequência da reportagem a comunicação social “britânica escolheu a ANEBE – enquanto representante do setor das bebidas espirituosas em Portugal – e a empresa que produz o Licor Beirão, como porta-vozes sobre os efeitos negativos que esta medida do Governo escocês poderá ter para os produtores e exportadores portugueses”.
A reportagem mereceu amplo destaque nos principais programas televisivos e de rádio britânicos – em horário primetime – graças ao envolvimento das entidades portuguesas num processo que conta com a oposição de cinco países europeus – Portugal, Espanha, França, Itália e Bulgária – e chegou já à Comissão Europeia.
Para os produtores portugueses, os resultados da aplicação desta lei contrariam os argumentos do governo escocês, em relação à redução dos índices de consumo excessivo de álcool por parte dos jovens: “não há qualquer tipo de demonstração deste facto, ao contrário do que o Ministro da Saúde escocês declara, o que significa que este tipo de medidas baseadas em preços mínimos de álcool por unidade não têm qualquer eficácia comprovada” referiu Mário Moniz Barreto, Secretário-geral da ANEBE.
Por seu lado, Daniel Redondo, produtor da bebida Licor Beirão, afirma que está a lutar para entrar no mercado britânico e que a introdução do preço mínimo sobre o álcool seria uma “grande barreira” para a sua entrada.
Aprovada pelo parlamento escocês em 2012, a chamada lei MUP (Minimum Unit Pricing of alcohol) prevê um acréscimo de £0,50 por cada 10ml ou 8gr de álcool em todas as bebidas alcoólicas comercializadas, afetando diretamente o preço das mesmas e, em consequência, introduzindo potenciais distorções no mercado liberalizado europeu. Em alguns casos, a sua aplicação contraria mesmo as diretivas que regulam a Política Agrícola Comum.
A lei tem estado na base de disputas judiciais entre o governo escocês e a Scotch Wisky Association, estando já em apreciação na Comissão Europeia, com base em queixas de Estados-Membros. O governo português assumiu já publicamente estar contra esta medida.
Fonte: webershandwick | D&E