Como a publicidade está a mudar

“O papel das agências de publicidade está a mudar completamente!”. Quem o diz é o CEO do Publicis Groupe, Maurice Lévy, que defende que cada vez mais se tem que adaptar a mensagem ao meio, aliando criatividade e tecnologia.

O debate faz-se em torno do futuro da publicidade. “Será que tudo o que sabemos hoje será irrelevante?” é a pergunta a que Maurice Lévy (Chairman e CEO do Publicis Groupe), Gary Briggs (CMO do Facebook) e Tom Davis (CMO da Forbes) tentam responder na sala central do MEO Arena. 

Para o CMO da Forbes, a principal mudança está na forma de ver e fazer publicidade. Se, refere, esta era vista como uma estrada de sentido único, a publicidade é agora uma rua de dois sentidos. Por isso, “as marcas têm de ser mais inovadoras, atraentes, tendo como base as necessidades dos consumidores”, afirma Tom Davis.

Já Maurice Lévy destaca que hoje em dia as agências têm a possibilidade de medir como as pessoas estão a reagir, e, assim, “afinar” a abordagem. “Mas há uma coisa que não mudou – a criatividade. Tudo gira em torno da ideia e da emoção”, afirma. Agora, refere, “é possível fazê-lo a um melhor nível do que temos vindo a fazer ao longo destes anos, graças aos dados”.

“Atualmente, podemos medir quase tudo. Mas não devemos lidar com algoritmos, devemos sim tentar manter a capacidade para avaliar os números. Temos de ter a certeza que estamos a construir a marca, e não apenas a transmitir uma mensagem”.

Já o tempo que os consumidores dedicam aos dispositivos móveis faz com que, segundo Gary Briggs, “o número de execuções e a rapidez com que precisam ser desenvolvidas tenha aumentado”.

“Mas como é que o vídeo em mobile está a mudar a publicidade?”, questiona o moderador Tom Dotan. É que, refere, “transportar um anúncio de TV para o mobile não funciona”. Sobre isto, Maurice considera que o vídeo é importante porque “estamos numa civilização da imagem”, ressalvando que, no entanto, é preciso adaptar a mensagem ao meio final.

“Vemos ad blockers em desenvolvimento apenas porque os vídeos são intrusivos e não estão a ser adaptados. Se chegas ao ponto de não ser desejado, estás a alienar a boa vontade do consumidor, sendo preciso ter cuidado na forma como se usa a informação e como se transmite a mensagem – e é por isto que a informação data é tão importante”, afirma o CEO do Publicis Groupe.

Maurice considera assim que papel das agências de publicidade está a crescer, tendo agora uma nova responsabilidade – “ajudar os clientes a transformar o seu marketing”. Atualmente, as agências constroem plataformas e-commerce, websites, etc., mas “a melhor opção é que isto seja feito ‘pela mesma mão’ para que a marca controle o processo de ‘A a Z'”, de forma a manter a coerência.

Para o CEO, em suma, é preciso aliar a criatividade à tecnologia, ter um algoritmo sólido e uma plataforma de marketing forte sem esquecer o toque humano. É isto que as novas agências de publicidade têm de fazer.

sb@briefing.pt

 

Terça-feira, 08 Novembro 2016 14:02


PUB