A maioria das organizações aumenta o investimento na sustentabilidade

Apesar do contexto mundial de incerteza, os líderes executivos consideram que a mudança climática deve ser uma prioridade para as organizações, segundo um novo estudo.

A maioria das organizações aumenta o investimento na sustentabilidade

De acordo com o relatório “CxO Sustainability 2023”, realizado pela Deloitte, a maioria dos inquiridos identificam a mudança climática como um dos principais desafios nas suas organizações, estando à frente de temas como a inovação, o talento e as dificuldades nas cadeias de abastecimento.

Uma das razões para esta opinião é que as empresas afirmam que sentiram o impacto das alterações climáticas no ano passado. De facto, cerca de um terço dos diretores dizem que as questões climáticas estão a afetar negativamente a saúde física e mental dos colaboradores.

O Partner e Sustainability and Climate practice leader da consultora, Afonso Arnaldo, refere que “apesar dos desafios complexos que os líderes das empresas enfrentaram no último ano, como a incerteza económica, conflito geopolítico ou interrupções na cadeia de logística, as alterações climáticas surgem como preocupação principal”.

No inquérito realizado junto de mais de dois mil diretores executivos em 24 países, 75% dos inquiridos revelaram que as suas organizações aumentaram os investimentos na área da sustentabilidade no ano passado, com quase 20% dos quais a afirmar que o fizeram de forma significativa. De acordo com as respostas, estas ações são resultado do aumento da pressão sentida pelos stakeholders para elas se tornem agentes de mudança nas alterações climáticas.

À semelhança da última edição do estudo, os CxO elegeram o reconhecimento e a reputação de marca, a satisfação do cliente e o bem-estar dos colaboradores como três dos principais benefícios dos investimentos na área da sustentabilidade. Por outro lado, vários entrevistados continuam a ter dificuldades em definir as suas vantagens financeiras a longo prazo. Apesar disso, 59% afirmam utilizar materiais mais sustentáveis, a mesma percentagem dos que dizem ter aumentado a eficiência energética. Os colaboradores também não são esquecidos nesta transformação ecológica, sendo que 50% das empresas estão a oferecer formações na área das alteações climáticas.

Segundo o estudo, as empresas estão também a intensificar os esforços de adaptação, sendo que 43% estão a transformar as suas instalações para serem resistentes às mudanças. 40% delas estão a contratar seguros contra riscos climáticos extremos e 36% estão a apoiar financeiramente os trabalhadores que sejam afetados pelas condições climatéricas.

Quando questionados sobre o compromisso em enfrentar as alterações climáticas, apenas 29% acreditam que o setor privado está realmente empenhado na mudança. Na opinião de um quarto dos entrevistados, a principal barreira para enfrentar esta situação é a dificuldade em medir o impacto ambiental da sua organização e quase um quinto mencionou como dificuldade o foco em objetivos de curto prazo.

Afonso Arnaldo acrescenta que “perante estas conclusões, os líderes mundiais devem unir esforços para, coletivamente, gerar um impacto positivo e mensurável para a sustentabilidade do planeta”. O responsável pela sustentabilidade e clima termina a dizer que “este caminho exige um esforço adicional para cumprir as metas já definidas, mas permitirá garantir uma transição justa em prol do futuro do planeta.”

Segunda-feira, 08 Maio 2023 09:41


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