O mundo vive um conjunto de crises diretamente relacionadas com a sustentabilidade: uma crise climática decorrente da emissão excessiva de gases com efeito de estufa associada principalmente ao uso de combustíveis fósseis, uma crise de biodiversidade, com a degradação alargada de um conjunto de ecossistemas chave que nos proporcionam gratuitamente inúmeros serviços que estão cada vez mais em causa para além da ameaça de extinção de um conjunto de espécies, e ainda uma crise de recursos decorrente de uma pegada ecológica do ponto de vista material e de energia que vai muito para além da renovação proporcionada pelos sistemas naturais.

O principal desafio que enfrentamos é ultrapassar esta crise, assegurando, simultaneamente, uma melhoria da qualidade de vida e do bem-estar, principalmente das populações mais vulneráveis. Garantir que, do ponto de vista ambiental, económico, social e de governança, as políticas e medidas aplicadas às diferentes escalas, da global à local, associadas também à mudança de paradigma de um consumo excessivo por muitos à escala individual é absolutamente crucial.

Acrescente-se ainda o papel decisivo, quer da ação da administração pública quer das empresas em todo o processo, em que, de forma transparente, ambiciosa e coerente, estes objetivos façam parte da sua lógica de produção e/ou de serviço. Sem dúvida que, voluntariamente ou através de legislação, nomeadamente europeia, tem havido progressos, mas, estamos longe do necessário para contrariarmos a emergência que o planeta e as gerações futuras nos exigem.