O nosso clima está a mudar. A realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela ONU até 2030, requer um pensamento integrado e a reunião de forças políticas, económicas e sociais.
Embora a sustentabilidade possa parecer utópica, atualmente é necessário considerá-la como uma utopia concreta, em que as equidades sociais, económicas, e ambientais se tornam práxis, para construir um novo paradigma de desenvolvimento humano, respeitoso dos limites planetários. Uma utopia sustentável, de facto, é definitivamente diferente de um “dreambook”.
A arquitetura sustentável é uma resposta válida às necessidades da sustentabilidade. Materiais e técnicas ancestrais, valorização dos recursos locais e naturais, respeito pela preexistência e pela natureza, reutilização de materiais de desperdício ou de segunda mão, são fatores indispensáveis para redescobrir a ligação com o nosso planeta e questionar a forma como vivemos as nossas cidades. Em vez de continuar a adotar um modelo linear, na prática arquitetónica contemporânea, e utilizar, de forma descontrolada e exagerada, os recursos naturais, é imprescindível promover a economia circular, como nunca. Pensar e agir como no passado significa mergulhar o nosso mundo numa profunda crise ambiental, económica e social.
A sustentabilidade representa uma utopia que estaria ao nosso alcance se a vontade política e o sentimento público se cruzassem frutuosamente, no sentido de mudar a forma como lidamos com os problemas que nos rodeiam.