A estratégia de tornar as aldeias mais ecológicas faz parte de um objetivo maior que se divide em duas fases, sendo que a primeira é que, em 2026, a rede seja classificada como monumento nacional e a intenção final é ser património da UNESCO, em 2030. Por essa razão, terão de ser feitas melhorias, nomeadamente a reabilitação dos espaços públicos, tal como conta Dalila Dias. Para isso, a intervenção será feita tendo em atenção os materiais usados, dando prioridade aos recursos locais, de forma a beneficiar a economia, a biodiversidade e as espécies autóctones.
A coordenadora executiva acrescenta que estão a ser aplicadas medidas para cumprir o objetivo estabelecido pelo Pacto de Autarcas, cuja ambição é reduzir 45% da emissão de dióxido de carbono. Uma delas, que começou em abril de 2022, é o investimento numa frota automóvel mais eficiente, sendo que, até ao final do ano, foram percorridos 60 mil quilómetros com carros elétricos. No âmbito deste programa, há o compromisso de, de dois em dois anos, apresentar à União Europeia o impacto das ações implementadas.
O projeto “Rumo à neutralidade carbónica”, em parceria com a ADENE – Agência para a Energia, a E-REDES e a Greenvolt, é o primeiro passo para concretizar a intenção de tornar esta região mais ecológica e sustentável.
Algumas das ações que terão um maior impacto estão em planeamento e é esperado que sejam executadas em breve. Dalila Dias destaca dois dos projetos que estão a ser desenvolvidos: o primeiro é a criação de um sistema inteligente de gestão energética, que é possível graças à integração de fibra ótica feita anteriormente.
O outro é um projeto-piloto a ser realizado em Linhares e Sortelha, que serão as primeiras aldeias a terem produção e autoconsumo de energia, sendo que, antes, será feita uma avaliação para perceber qual o tipo de energia a ser usada. Esta medida está em fase de estudos preliminares e será implementada no prazo de seis meses. Após o fim da experiência, será feita uma avaliação dos benefícios para as pessoas e empresas.
Para a AHP-ADT, o maior desafio passa por compatibilizar as mudanças associadas à descarbonização com a manutenção da identidade de cada aldeia.