No ano passado, as emissões de CO2 originadas de fontes de energia cresceram 0,9% em relação a 2021. Apesar disso, o valor ficou abaixo do esperado pela AIE, que temia que a crise energética levasse ao aumento descontrolado da utilização de carvão, algo que não aconteceu. As emissões geradas devido a esta fonte de energia tiveram um aumento de 1,6% na Ásia e na Europa devido ao preço mais baixo em relação ao gás.
A AIE refere que os eventos meteorológicos extremos contribuíram para o aumento da emissão de CO2. Entre eles, destacam-se as secas, que reduziram a água disponível para produzir energia hídrica, e as ondas de calor, que levaram a um maior consumo de eletricidade.
No que diz respeito às energias renováveis, o cenário é mais, tendo sido responsáveis por 90% do crescimento da produção de eletricidade. A AIE acrescenta, no seu relatório, que 550 milhões de toneladas de CO2 foram evitadas devido a novas infraestruturas energéticas de baixo teor de carbono, carros elétricos e bombas de calor.
Em termos geográficos, a Ásia, excluindo a China, aumentou as suas emissões em 4,2%, impulsionadas pelo crescimento económico. A China, sujeita às restrições relativas à pandemia de Covid-19, manteve o mesmo nível de emissões. Na União Europeia, diminuíram 2,5%, graças a uma aposta nas energias renováveis. Nos Estados Unidos, houve um aumento de 0,8%.
O diretor da AIE, Fatih Birol, identifica as empresas nacionais e internacionais de combustíveis fósseis como uma das principais responsáveis pelo crescimento das emissões de CO2. Na sua opinião, estas empresas devem assumir a quota–parte de responsabilidade, consistente com os compromissos públicos em matéria de clima, e acrescenta que elas devem rever as estratégias para assegurar que as emissões sejam efetivamente reduzidas.