De acordo com as Estatísticas Rápidas dos Combustíveis Fósseis, publicadas pela Direção-Geral de Energia e Geologia, a poluição associada ao consumo de gasóleo e gasolina não para de aumentar. Tendo em consideração o período entre julho de 2022 e de 2023, as emissões totalizaram 18,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono, mais 6,2% do que em relação ao período entre o mesmos meses de 2018 e 2019.

Tendo em conta os dados revelados pela organização ambientalista, o maior crescimento registou-se no consumo de gasolina 95 (12,9%), enquanto o gasóleo subiu 4,9%, o que permite concluir que a origem deste aumento deve-se a uma maior utilização de veículos ligeiros do que de pesados de passageiros e mercadorias.

A Zero atribui este aumento a vários fenómenos, nomeadamente ao recurso de antigos utilizadores de transportes públicos a automóveis particulares, como forma de reduzir o foco de contágio de Covid-19. A associação refere ainda que a expansão dos regimes de trabalho parcial ou totalmente remotos pode ter reduzido o custo relativo do uso de transporte individual em relação aos passes sociais, aumentando a atratividade do automóvel.

Além disso, a saída de muitas dezenas de milhares de residentes dos municípios do Porto e Lisboa face à acentuada subida dos preços das habitações pode ter aumentado os movimentos particulares com recurso ao automóvel. Para a associação, 2024 tem que ser um ano “de viragem”, já que, para alcançar as metas climáticas para 2030, “as emissões do setor dos transportes têm de ser reduzidas 2% todos os anos, a partir do próximo ano.