Máquinas que falam com humanos, empresas que vivem na casa dos seus colaboradores, líderes que nunca sabem onde estão as suas pessoas… Bem-vindos ao admirável mundo novo!
Líderes e liderados têm de, face à sua experiência anterior, encontrar caminhos de forma concertada, possibilitando-se assim uma análise 360 graus dos desafios atuais e de eventuais sinais relacionados com os desafios futuros, dando resposta à framework ESG – Environment, Social, Governance – em particular ao Social.
De facto, o ESG passou a assumir especial acuidade no quadro das novas dinâmicas empresariais. A relação entre estes três fatores-chave — o ambiente, a dimensão social (física, psicológica e emocional) e os modelos de governança organizacional — de forma articulada, e potenciadora de novas abordagens aos mercados, à redefinição do propósito organizacional e a novas propostas de valor a todas as “partes interessadas”, passou a ser uma profunda necessidade, mais do que uma moda ou um “nice to have” organizacional.
A sustentabilidade do negócio e da empresa passou a ser uma preocupação comunicada e fortemente divulgada por parte de todos os órgãos de gestão. O futuro das empresas passa também, pela resposta aos desafios da sustentabilidade, o que implica, além de uma transição energética bem-sucedida, que as atividades produtivas sejam cada vez mais alicerçadas na economia circular. As empresas terão de reinventar novos métodos de criação de bens para incorporar matérias já fora de uso e relançar a economia, aquilo que ainda hoje é desperdício.
No coração de qualquer mudança organizacional estão as pessoas! Estas são sempre os verdadeiros protagonistas nas diversas fases e vivências dos vários filmes e palcos da mudança organizacional. Assim, envolver todas as pessoas no caminho da mudança na organização significa que qualquer mudança é COM as pessoas e não CONTRA estas.
São muitos os desafios do gestor do futuro, mas, acima de tudo, destacam-se a capacidade de resposta à mudança acelerada, a aprendizagens forçadas, a abertura a novas formas de comunicação e de trabalho, a quebra de paradigmas. Neste contexto, a adaptabilidade e flexibilidade são trunfos que os gestores do futuro deverão valorizar como vantagens competitivas cada vez mais relevantes das empresas nos mercados onde concorrem.
O futuro das empresas passa pelo pleno aproveitamento das dinâmicas impulsionadas pela transformação tecnológica e digital. Inovar, (re)inventar e voltar a inovar sempre… no que às formas de liderar diz respeito. Sem medos, sem receios, surfar a onda da tecnologia com foco na dualidade “+ digitalização” para obter “+humanização”!
Pedro Ramos, presidente da Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas e CEO da KeepTalent Portugal
Vasco Ribeiro, docente universitário, investigador, autor e consultor