Que preconceitos ainda têm os portugueses sobre mobilidade elétrica?
São vários os preconceitos que os portugueses ainda têm relativamente à mobilidade elétrica. O primeiro e mais comum é que os veículos elétricos são mais caros. Cada vez mais, os veículos elétricos estão a ficar economicamente atrativos. Um veículo destes pode apresentar os mesmos valores que um equivalente a gasóleo ou gasolina, para as mesmas características e nível de equipamento. O preço da bateria também desceu em cerca de 80% nos últimos dez anos. Além disso, existe o direito a benefícios fiscais e um menor custo de manutenção, o que faz com que os custos totais, quando quantificados, sejam menores.
Um segundo mito comum é que não existem postos de carregamentos suficientes. Este é um preconceito que nos toca diretamente e no qual colocamos todo o empenho em clarificar diariamente. O número de postos de carregamento para veículos elétricos está a crescer rapidamente. A rede Mobi.E conta com mais de 2700 postos de carregamento, três quartos dos quais são carregadores de CA, disponibilizando um total de 5.100 tomadas.
O terceiro maior preconceito é que o processo de carregamento é muito longo. Um veículo está estacionado, em média, mais de 90% do tempo, nomeadamente em casa ou no trabalho, pelo que se carregar neste período, o utilizador não sente o tempo de carregamento. O tempo de carregamento é importante em deslocações longas, e para estas situações o utilizador tem já à sua disposição estações de carregamento de alta potência, que fazem com que o tempo de espera seja reduzido.
Por último, uma fatia grande da população acha que veículos elétricos não fazem longas viagens. Atualmente, os veículos mais recentes apresentam autonomias em torno dos 400 km, podendo chegar a 700 ou 800 km, o que é mais do que suficiente para longas viagens.
Quais as principais vantagens da mobilidade elétrica?
Aqui também temos várias vantagens e a que se destaca, até porque é a mais óbvia, é o benefício para o meio ambiente. Um veículo com motor elétrico faz parte do grupo dos veículos com zero emissões locais, porque se trata de um meio de locomoção não poluente, que não emite quaisquer gases nocivos para o ambiente, bem como ruído considerável.
Do ponto de vista da logística de ter um carro elétrico, destacam-se duas vantagens. A primeira é Insenção ou redução no pagamento de parquímetro onde muitos municípios concedem uma redução ou até mesmo isenção no pagamento do estacionamento. A segunda é o menor custo de manutenção do veículo. Este custo é menor, já que deixamos de ter de lidar com as tradicionais mudanças periódicas de óleo, filtros, correias de transmissão ou velas. Por outro lado, a travagem regenerativa permite poupar nas pastilhas e pneus do automóvel.
Por último, e não menos importante os incentivos fiscais existentes para esta transição: na compra de um veículo elétrico, não se paga o ISV (Imposto sobre Veículos) e o IUC (Imposto Único de Circulação). No caso das empresas, estas beneficiam ainda da isenção do pagamento de tributação autónoma, o IVA da aquisição e utilização do veículo é dedutível e tem ainda vantagens em termos de IRC.
Portugal é muito heterogéneo nesta matéria? Qual o estado atual do País em termos de mobilidade elétrica?
Um pouco por todo o país, a mudança de mentalidades está a verificar-se e achamos que de alguma forma temos contribuído para isso. Tanto nas cidades como no interior do país a compra de veículos elétricos está a crescer. O facto da rede MOBI.E estar presente em todos os municípios afeta de forma positiva esta escolha. Em 2021, a venda de carros elétricos aumentou 69% em Portugal face ao ano de 2020. Em 2022 foram vendidos mais de 6.000 carros elétricos em Portugal e a tendência tem vindo a aumentar ao longo dos meses.
Os estudos internacionais mais recentes têm vindo a colocar a rede Mobi.E, sobre diferentes indicadores, como a quarta maior rede europeia de carregamento de veículos elétricos.
O que é prioritário fazer no âmbito da mobilidade elétrica?
Continuar a fazer crescer a nossa rede e a informar com clareza e com informação em tempo real sobre a nossa operação. Atualmente, estamos a fazer crescer a nossa rede à média de 23 novos postos por semana e facultamos toda a informação atualizada ao momento através do portal Mobi Data.