Segundo dados do relatório “WWF Food Habits Survey 2023”, realizado em 11 países europeus, o custo dos alimentos tornou-se um fator de ansiedade para os cidadãos. Relativamente ao consumo de alimentos sustentáveis, 60% dos entrevistados dizem que o preço é o principal obstáculo para este não ser um comportamento regular.
Para o coordenador de Alimentação da ANPlWWF, Tiago Luís, este estudo é mais uma prova de que “as pessoas estão inequivocamente motivadas para adotarem hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis, mas encontram dificuldades no acesso a estes alimentos”. Em relação aos preços destes produtos, refere que “os governos europeus podem e devem intervir, e parar de financiar produção alimentar que não respeita os limites do planeta”.
De forma a reverter esta situação, Tiago Luís propõe algumas medidas, como a transição para uma produção mais sustentável. Afirma ainda que a Comissão Europeia deve aproveitar as discussões em torno da lei europeia dos sistemas alimentares sustentáveis, para discutir e procurar soluções que tornem a produção alimentar “mais resiliente e sustentável”.
A maioria dos inquiridos acredita que os grandes fabricantes devem ser responsáveis por garantir que os alimentos que vendem são produzidos de forma sustentável e que devem ser obrigados a reduzir suas emissões de gases com efeito de estufa. No que concerne aos retalhistas, defendem que devem adquirir mais alimentos de produtores sustentáveis e parar de anunciar os seus produtos menos sustentáveis.
Portugal destaca-se dos restantes países, sendo que a grande maioria defende que as cantinas públicas e as empresas devem assumir a responsabilidade e tomar medidas para garantir a sustentabilidade dos seus produtos, embora esperem mais dos grandes retalhistas do que das pequenas e médias empresas.