Assim, Jorge Delgado afirma que o objetivo é criar um padrão de tecnologia de suporte, aproveitando a experiência das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, mais avançadas nesta matéria. Desde logo, importa que estejam sintonizadas, que os respetivos sistemas comuniquem entre si. E, a partir daí, o caminho passa por criar um protocolo a que cada Comunidade Intermunicipal (CIM) possa aderir se quiser implementar um título de transporte único. “Quando todas as CIM tiverem adotado este sistema, podemos dizer que o título é todo o mesmo e pode ser usado em qualquer sítio”, nota.
Esta é a peça mais recente no puzzle da estratégia de mobilidade, uma estratégia em que a rede de metropolitano é assumida como fundamental. Nas palavras do secretário de Estado da tutela, nas áreas metropolitanas, a necessidade de mobilidade é tão grande que não se resolve de forma eficiente sem ter como espinha dorsal o transporte público de massas. Daí os cerca de 4,3 mil milhões de euros comprometidos ou em curso desde 2015, com Jorge Delgado a sublinhar, a propósito, que esta verba equivale a cerca de 2% do PIB.
Em relação ao Porto, destaca a criação da linha Rosa, uma linha circular no centro da cidade, mas também o BRT (Bus Rapid Transit) da Boavista. E ainda o lançamento da segunda linha para Vila Nova de Gaia, a Rubi, que vai fazer a ligação ao centro do Porto em poucos minutos.
E em Lisboa realça o reforço da rede com a ambição de chegar a 2024 com 50 estações e mais de 46 quilómetros de linha. Para isso contribuirá a linha circular, um investimento que vai permitir acrescentar ao metropolitano cerca de 47 milhões de passageiros, por ano. Já a chegada da linha Vermelha à zona ocidental da cidade, cujo concurso foi recentemente lançado, vai somar outros 25 milhões de passageiros/ano à rede.
“Esperamos que, com uma oferta mais robusta de transportes públicos, a alteração modal seja real”, comenta o governante, evidenciando o impacto ambiental destas medidas: com a linha Vermelha, a estimativa é evitar 24 mil toneladas de CO2 por ano.
De acordo com Jorge Delgado, estes números são fundamentais para se atingir as metas definidas no Plano Nacional de Energia e Clima. Até porque – diz – nesse roteiro o horizonte para atingir a neutralidade carbónico é 2050, mas o governo propõe-se antecipa-lo para 2045. “E a mobilidade é chamada a esse esforço, uma vez que responde por cerca de 25% das emissões.”