Na sua visão, a generalidade dos empregos, hoje em dia, deveria gerar impacto, o que, muitas vezes, não acontece pela falta de consciência das pessoas de que até a função mais pequena que desempenham numa organização pode causar esta transformação.
Esta consciencialização, em seu entender, é responsabilidade de todos e também das direções das empresas, que devem ficar encarregadas de construir uma narrativa que mobilize as pessoas para o trabalho que desenvolvem. “Por vezes, as pessoas trabalham e desenvolvem até tarefas não especializadas sem dar conta do papel que têm num todo, não se apercebendo de como as suas ações podem ter impacto na vida das pessoas a partir dos produtos e dos serviços que são desenvolvidos e prestados”, argumenta.
Filipe Almeida destaca a importância da consciencialização para esta realidade, alertando para a necessidade de existirem iniciativas da sociedade civil e do setor social, principalmente de parceria entre vários setores, que procurem soluções inovadoras para a transformação da vida das pessoas.
Um exemplo concreto de uma ação que pode, efetivamente, causar esta mudança é fazer evoluir as áreas de responsabilidade social de dentro dos departamentos de comunicação para uma área mais transversal e autónoma que consiga fazer “uma gestão de impacto de toda a atividade de cada empresa”.
Assim, é também fundamental perceber que “as pessoas só estão no centro da mudança se elas forem agentes de mudança”. O presidente da Portugal Inovação Social afirma que, se o intuito é ter cidadãos que sejam estes agentes quando forem adultos, é necessário começar mais cedo a semear esta perspetiva, de modo a colocar as pessoas no centro da mudança.