O estudo, da autoria de Bruno P. Carvalho, Miguel Fonseca e Susana Peralta, mostra que a Tarifa Social da Energia é mais comum nos municípios com um valor mais elevado de vulnerabilidade energética, o que indicia que “a política é bem direcionada, mas, ao mesmo tempo, não permite erradicar a pobreza energética das famílias portuguesas”.
Alandroal e Borba, no Alentejo, têm, simultaneamente, menor desigualdade na distribuição dos rendimentos e menor vulnerabilidade energética. Em sentido contrário, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, nos Açores, e São Vicente e Porto Santo, na Madeira, têm maior desigualdade e maior vulnerabilidade energética.
Os dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2021, permitiram também saber que duas em cada dez pessoas não conseguiram manter a casa aquecida e três em cada dez vivem em casas com necessidades de reparação. Outra das conclusões é que a incapacidade para manter a casa aquecida é superior entre quem tem mais de 65 anos, entre as pessoas com nove anos ou menos de escolaridade e entre as pessoas desempregadas. Adicionalmente, quase 40% dos inquilinos vivem em edifícios com necessidade de reparações, o que corresponde a 15 pontos percentuais acima da dos proprietários com empréstimo.