Registada primeira incorporação de redes de pesca em corais vivos de água fria

Um grupo de investigadores do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente regista, pela primeira vez, a incorporação de redes de pesca no esqueleto de corais vivos, em Sines e Cascais. “As amostras que obtivemos foram fruto de recolhas acidentais com artes de pesca e o que verificámos não encontramos reportado na literatura”, diz a investigadora Sónia Seixas.

Registada primeira incorporação de redes de pesca em corais vivos de água fria

A costa portuguesa é composta por corais de água fria, tendo sido este o foco da investigação. Desconhecido da maior parte do público, estes têm uma estrutura arborescente laranja com pólipos brancos e pode chegar a atingir um metro, estando classificados em estado de perigo.

De acordo com o estudo publicado na revista científica Marine Pollution Bulletin, centrado na incorporação de equipamentos de pesca perdidos ou abandonados, “a poluição causada pelos plásticos constitui uma preocupação global e social, especialmente devido ao equipamento de pesca abandonado, que ameaça os ambientes do fundo do mar, como os recifes de coral”.

Em reação ao resultados obtidos, a equipa, composta pelos cientistas Sónia Seixas, João Parrinha, Pedro Gomes e Filipa Bessa, afirma que, até à data, não havia registos semelhantes. “Dos corais que observamos, 6 % tinham fios incorporados, sendo nalguns visíveis os nós das redes. Ainda não sabemos se isto prejudica o coral – em breve realizaremos mais estudos para determinar o seu efeito”.

Quarta-feira, 15 Maio 2024 12:28


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