A organização não governamental (ONG) é a única portuguesa promotora de um evento paralelo na conferência, tal como já tinha na COP27, que se realizou no Egito, em novembro do ano passado.

A “Women 4OUR WATER – dos Países de Língua Portuguesa para o Mundo” vai reunir participantes de várias vertentes, como ativistas, mulheres que desenvolvem ações de conservação e regeneração de ecossistemas, que se dedicam à ciência, ao jornalismo, professoras, empresárias, políticas ou gestoras. O objetivo é que a rede seja ampliada, de forma a desenvolver e sustentar projetos de cooperação. Este evento realiza-se no último dia do encontro, que decorre entre 22 e 24 de março.

Em declarações ao 2050.Briefing, Susana Viseu pretende que o evento seja um encontro de mulheres, especialmente de língua portuguesa, que demonstrem o seu papel como “agentes de mudança” e “influenciadoras”, divulgando o seu papel na defesa do clima, em diferentes realidades e formas.

Assim, será feita a apresentação e subscrição da declaração “Women 4OUR WATER”, que constitui um “acordo de vontades de mobilizar e reforçar a intervenção das mulheres no domínio da água e da gestão e conservação dos recursos hídricos”. Além disso, serão lançadas as bases para projetos concretos a implementar no terreno, em áreas como a gestão dos recursos hídricos, o acesso a água potável e saneamento, o desenvolvimento de competências, o combate à poluição, à conservação e regeneração dos ecossistemas aquáticos e a promoção da ciência e incentivo do empreendedorismo e empoderamento feminino.

Na opinião de Susana Viseu, as mulheres têm uma grande importância na defesa do clima não só porque representam 50% da população, mas principalmente porque são responsáveis por cerca de 85% das decisões de compra. É sua convicção que têm um papel fundamental na educação das gerações futuras e no cuidado das crianças e dos mais velhos, tendo de assegurar o acesso à água potável e à alimentação. Na sua perspetiva, o compromisso de garantir estes recursos leva a que tenham uma maior sensibilidade na preservação do planeta.

Apesar disso, a diretora da ONG acredita que faltam mulheres nos fóruns de decisão, sendo que constituem um dos grupos mais vulneráveis em relação às alterações climáticas. Acrescenta que é necessário dar um próximo passo no papel das mulheres na preservação do planeta, tendo de ser mais envolvidas no desenho das soluções e mobilizadas para a ação concreta nas suas casas, comunidades e empresas.

A responsável da Business for Nature espera que a conferência organizada pelas Nações Unidas, que não se realizava há mais de 50 anos e em que se insere o evento organizado pela ONG, promova a aceleração do cumprimento dos objetivos para a implementação da Agenda 2030, em particular do ODS6 – Água Potável e Saneamento.