De acordo com o relatório, os dois mil metros mais superficiais do oceano absorveram uma maior quantidade de calor no ano passado do que em 2022, em que já tinha sido registado um recorde. Os investigadores também calcularam a salinidade da água, tendo chegado à conclusão que as áreas de alta salinidade registaram um aumento na quantidade proporcional de sais, enquanto o contrário aconteceu em áreas de baixa salinidade, ou seja, “o salgado fica mais salgado e o doce mais doce”.
É ainda indicado que as altas temperaturas dos oceanos “reduzirão o oxigénio na água do mar e a sua capacidade de absorver dióxido de carbono”, o que terá “graves consequências” para a vida marinha, vegetal e animal. Por outro lado, o calor e a humidade adicionais que chegam à atmosfera fazem aumentar a gravidade das tempestades, com chuvas mais intensas e ventos mais fortes que podem causar inundações mais significativas.
Os investigadores consideram que o aquecimento dos oceanos é um fenómeno irreversível que continuará ao longo do século, mesmo que as emissões de gases com efeito de estufa sejam interrompidas e, por isso, defendem uma maior aposta na adaptação às alterações climáticas.