A conclusão resulta do White Paper “Sustentabilidade no Setor do Turismo”, realizado pelo professor catedrático da NOVA SBE, Rodrigo Tavares. Esta investigação surge no seguimento de uma reunião entre empresas do setor, entidades governamentais e associações empresariais de forma a identificar instrumentos e soluções para enfrentar os desafios da sustentabilidade no turismo nacional.
O estudo, publicado pela Nova SBE Westmont Institute of Tourism & Hospitality, analisa quatro áreas-chave de forma a identificar os riscos e oportunidades para uma atividade com mais consciência ambiental.
No que diz respeito às empresas sustentáveis, o professor identifica o desconhecimento generalizado sobre as práticas de sustentabilidade corporativa e os custos associados à transformação ecológica como os principais fatores pelos quais os negócios do setor não se tornam “mais verdes”. Tendo em conta que os níveis de qualificação no setor são baixos, Rodrigo Tavares defende que “o investimento em formação deve ser assumido, não só por empresas e organizações, mas também pelos organismos públicos”, desafiando a Academia Digital do Turismo de Portugal a ter mais cursos sobre o tema.
Em relação às empresas de turismo sustentável, a componente financeira é apontada como o principal desafio. O autor alerta que, até 2026, o mercado global deste tipo de viagens terá um crescimento de 12,7% ao ano e, por isso, recomenda que os programas Portugal 2030 e o Plano de Recuperação e Resiliência sejam utilizados para financiar esta transição para um novo paradigma.
Tendo em conta que Portugal se encontra no 48.º lugar numa lista de 180 países no Environmental Performance Index de 2022 da Universidade de Yale, o relatório afirma que, “para o seu turismo ser sustentável, o País também tem de ser”.
A sustentabilidade do turismo nacional, o último pilar em análise, apresenta o “overtourism” (número excessivo de visitantes a um destino ou atração) como o maior desafio do setor.
No final, o catedrático propõe que seja realizado um debate sobre a gestão sustentável, organizado pelas instituições públicas e governamentais, de forma a definir algumas medidas, tais como o limite à atividade turística, o desenvolvimento de estudos e metodologias de avaliação e a monitorização do território. Em relação às empresas, na sua opinião, elas deviam promover a utilização de ferramentas tecnológicas e start-ups nas suas áreas para “melhorar a eficiência dos seus serviços, aumentando dessa forma a produtividade”.
