Ao longo do tempo, muito tem sido dito sobre os problemas ecológicos que o planeta está a enfrentar, mas quando chega ao momento de encontrar soluções, pouco é referido. Essa é a opinião que Sage Lenier defendeu na sessão “The world is on fire. Here’s a realistic plan to save it”, na WebSummit, que termina esta quinta-feira, 16 de novembro.
Na apresentação dirigida aos líderes de empresas, a norte-americana, que é considerada uma das líderes da nova geração pela revista Time, disse que alguns deles são os culpados pela situação em que o mundo se encontra e que ninguém ganha com o futuro que está a ser construído.
Do seu ponto de vista, a solução para melhorar a situação atual é uma utilização menor dos recursos energéticos. A ativista refere que o problema não passa apenas pelos combustíveis fósseis e que, tendo em conta que 65 a 70% das emissões de carbono estão relacionados com o consumo, o cenário poderia transformar-se totalmente se a economia circular fosse um prática adotada pela maioria das organizações.
Tendo em conta que neste evento muitos dos presentes estão ligados ao setor da tecnologia, a oradora também elencou aspetos negativos como o facto de a inovação ser algo que todos procuram, mas que pode estar a pôr em causa o futuro. Para confirmar a sua tese, mostrou o caso dos veículos elétricos que, apesar de poluírem menos que os de combustão, têm um impacto negativo e que a resposta passa pela aposta nos transportes públicos. Também foram identificados exemplos positivos, como os cabos USB-C e o investimento em baterias mais duráveis, que contribuem para uma redução do desperdício.
Como última nota, foi referido que “não interessa ter um planeta com uma natureza muito desenvolvida se as pessoas continuarem a ser exploradas”. Por isso, a ambientalista diz que as gerações mais novas estão cada vez mais conscientes das práticas das empresas e esse pode ser um fator muito importante no momento de adquirir algum dos seus produtos. Em conclusão, referiu que não é suficiente que as empresas estejam conscientes dos problemas ambientais e que tentem resolvê-los porque as pessoas também devem fazer parte das suas preocupações.
Simão Raposo