A Coming Soon – destaca – foi criada para não ter hierarquias, numa ponte direta entre as pessoas que criam e as pessoas que aprovam. “Todo o barulho no meio do caminho não faz parte das nossas vidas desde 2018. Ou seja, fazemos através do Zoom o que já fazíamos desde que a agência começou – falamos diretamente com os clientes. Nesse sentido, ninguém está tão preparado para esta nova maneira de trabalhar do que uma agência sem gorduras como a nossa. Mesmo porque, uma empresa chamada Coming Soon tem obrigação de estar preparada para as mudanças do mercado – mesmo mudanças tão extremas como as que estamos a viver agora”, enquadra.
E enfatiza que uma agência como a que criou com Pedro Bexiga, com uma estrutura tão leve (“apesar de os sócios serem bem pesados”), já nasceu com a liberdade necessária para se adaptar a esta nova realidade. Uma mudança que – acredita – está só no começo: “O novo mundo digital, onde tudo é cada mais rápido, tem sido muito generoso com as agências menores, mais rápidas e flexíveis. O impacto da Covid-19 vai acelerar ainda mais esta tendência”.
O criativo entende que ainda é muito cedo para prever o que vai mudar e o que vai voltar a ser exatamente como antes na profissão. “Para já, acho que a quarentena colocou todo o mercado em pé de igualdade – não importa muito o tamanho do budget do seu cliente quando todos nós só podemos trabalhar com imagens de arquivo. Assim, no último mês, o grande diferencial da comunicação voltou a ser a ideia. Que é uma maneira muito mais eficiente e democrática de definir o que é, ou não, uma boa agência”, realça.
O desafio é como tornar a comunicação relevante nesta altura, com Marcelo Lourenço a responder que “é simples e até meio óbvio, mas é verdade”: perceber o consumidor, saber onde ele está, e o que o preocupa, é algo essencial nestes tempos de crise. “Para falar a verdade, é essencial sempre, mas agora não podemos realmente nos dar ao luxo de falarmos simplesmente por falar, sem nos preocuparmos com quem está a ouvir”, comenta, argumentando que “a má publicidade não chega a afastar os consumidores porque, na verdade, ela é completamente invisível. A publicidade média, regular, sem graça também é. E isso é deitar dinheiro pela janela”.
E quando a pergunta é se as mudanças vieram para ficar, a resposta traz uma história: “Quando perguntaram ao icónico treinador do Liverpool Jurgen Klopp quais seriam as consequências da Covid-19, ele respondeu com toda a prontidão – a minha opinião não importa, pergunte aos cientistas que são quem percebem do assunto. Faço minhas as palavras do grande Klopp – não faço a mais remota ideia. E quem disser o contrário está a fazer publicidade enganosa”.
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