Lusa
Parlamento aprova audição de presidente da RTP sobre salários na empresa
Lisboa, 02 mar (Lusa) – A Comissão de Ética aprovou hoje por unanimidade um requerimento do BE para ouvir o presidente do Conselho de Administração da RTP, Guilherme Costa, por causa das remunerações de alguns profissionais da empresa.
sexta-feira, 04 março 2011 10:36
O serviço público de televisão "defende-se com a clareza das opções da administração", disse a deputada Catarina Martins na apresentação do requerimento, reforçando a importância de ouvir Guilherme Costa sobre os vencimentos de alguns trabalhadores da RTP.
Os "últimos desenvolvimentos" respeitantes à empresa, numa referência à saída para a TVI do diretor de informação, José Alberto Carvalho, e da diretora-adjunta, Judite de Sousa, reforçam o pedido do Bloco de Esquerda (BE) para a audição do responsável do canal público, sublinhou a deputada bloquista.
O requerimento, que não foi discutido pelas bancadas, foi aprovado por unanimidade.
Na semana passada o jornal Correio da Manhã avançou o valor de salários de alguns quadros da RTP, o que motivou o pedido do BE para Guilherme Costa explicar os "ajustamentos nas remunerações" de alguns profissionais da estação.
"Este mês ficámos a saber que em 2010 o Conselho de Administração [da RTP] tinha já procedido a cortes na remuneração à generalidade dos trabalhadores, enquanto procedia aumentos salariais significativos nos cargos de chefia", indica o texto do BE.
"As medidas de austeridade não podem ser pretexto para decisões arbitrárias das administrações; nada menos se pode exigir das entidades públicas que a mais absoluta transparência relativamente ao destino das verbas retiradas aos salários dos trabalhadores", concretiza o pedido de audição dos bloquistas hoje votado.
O BE realça ainda que os cortes salariais decretados pelo Governo em virtude das medidas de austeridade, e que se fazem sentir "nas empresas de comunicação social tuteladas pelo Estado", levantam "injustiças gritantes" num "atentado contra a Constituição que a decisão de corte salarial em si mesma consubstancia", e há "questões específicas do sector" dos media "que urge serem esclarecidas".
PPF
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