Antes de assumir a "pasta" da RTP, Miguel Poiares Maduro via a RTP como uma empresa desfasada no tempo, surpreendeu-se pois encontrou um canal bem mais diversificado, ainda que com "inércias graves".
É agora este canal que o ministro quer transformar de forma a que se possa concorrer com os canais privados numa lógica diferenciadora. Conquistando mais espectadores através de novos formatos e de melhor qualidade.
Em entrevista, o ministro garante que o contrato de concessão será uma revolução mas sim uma transformação profunda, que tem como objetivo definir uma estratégia de futuro para a RTP.
De acordo com Miguel Poiares Maduro existem três orientações principais. A primeira é que a RTP deverá ser um regulador de qualidade da programação audiovisual, a segunda é que seja um dinamizado da produção audiovisual independente, a terceira é que é que a RTP seja um instrumento de promoção de Portugal no mundo.
O ministro garante ainda que esta reforma está focada na sustentabilidade financeira, para isso estão a ser redefinidas opções estratégicas de futuro e está a ser promovida uma mudança na cultura da empresa, com mecanismos previstos no contrato de concessão.
Relativamente ao financiamento, Poiares Maduro garantiu que a RTP irá ter o dinheiro necessário para cumprir com os objetivos do contrato de concessão, ainda que o financiamento público para a estação irá diminuir, sem no entanto referir valores. O ministro referiu ainda que tem havido reuniões com o conselho de administração no sentido de ultimar os instrumentos de financiamento que garantam o funcionamento da RTP. Mas recusou-se a comentar o possível aumento da Contribuição Audiovisual, contudo notícias de hoje avançam que esse aumento irá mesmo para a frente.
A restrutuação tem levado aos despedimentos e já saíram da estação um quarto dos funcionários, contudo Poiares Maduro garante que a RTP continua a ter profissionais a mais. Por isso o plano de rescisões que já vai em cerca de 180 acordos é para continuar.
Relativamente aos centros regionais da Madeira e Açores, o ministro referiu que estão sobredimensionados e por isso também terão de ser alvo de uma análise de gestão.
Para garantir a independência da RTP, Poiares Maduro pretende criar um mecanismo independente ao qual a estação terá de responder, ao invés de responder ao Governo. Contudo, ainda não está definido quem integrará essa entidade ou que forma será feita a seleção.
Sobre à continuidade de Alberto da Ponte na direção da RTP, Poiares Maduro refere que a administração tem um mandato em curso, que deverá cumprir, mas terá de se submeter à aprovação do novo conselho geral do plano estratégico para a empresa.
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