De acordo com a Mercer, o estudo “Communicate to Thrive” sublinha que o investimento em comunicação interna pode trazer “vantagens competitivas e melhorar o posicionamento da empresa”, diminuindo gaps de comunicação entre equipas e reduzindo custos operacionais.
Os dados revelam que a pandemia foi um “importante impulsionador” da comunicação interna. Cerca de 56% das empresas reconhecem que a comunicação interna teve uma grande importância durante este período e 68% afirmam ter mudado a forma como comunicam com os seus colaboradores. Esta percentagem revela-se superior nas empresas com mais de 150 colaboradores, sendo que 72% afirmam ter alterado, pelo menos parcialmente, a sua comunicação interna. As principais mudanças verificam-se no modelo de trabalho implementado, com 75% das empresas a afirmarem ter adotado o modelo híbrido.
O estudo revela ainda uma crescente digitalização da comunicação interna. O e-mail é o canal de comunicação a que as empresas mais recorrem, sendo a rapidez um dos principais motivos que justificam esta preferência. O top3 fica completo com a intranet – a segurança é o fator predominante – e as plataformas digitais – destaque particular nas empresas com menos de mil colaboradores.
As empresas em Portugal têm ainda um “longo caminho” a percorrer, sendo que em 54% das mesmas a comunicação interna é uma responsabilidade dividida entre as equipas de comunicação, marketing e pessoas. “Exigindo uma coordenação permanente entre estas equipas, esta divisão poderá representar alguns desafios de ownership e accountability”, diz a Mercer.
Quando questionadas acerca dos objetivos que pretendem alcançar ao apostar na comunicação interna, as empresas destacam o aumento do sentimento de pertença e do trabalho com propósito, o engagement, e a melhoria da experiência do colaborador.
“Perante um contexto cada vez mais complexo e volátil, assistimos a alterações profundas das necessidades e expetativas dos colaboradores. E, quando as premissas mudam, a forma como comunicamos muda também. Cada vez mais os colaboradores querem trabalhar com a empresa e não apenas trabalhar para a empresa”, afirma a Principal, Change Management & Communication Strategy da Mercer Portugal, Mariana Blanc.
O estudo inquiriu mais de 70 organizações presentes em Portugal, na sua maioria com até cinco mil colaboradores, 55% das quais multinacionais e de setores distintos, como: indústria, saúde, serviços, retalho, turismo, energia ou tecnologia. Nota para o facto de, no período pós-pandemia, nenhuma das organizações inquiridas ter adotado uma política 100% remota e 28% ainda ter uma política presencial obrigatória.