A cultura é de uso obrigatório na FNAC. Conta a Inês

“Sabemos a influência que temos no setor cultural, pela visibilidade e proximdade que damos à cultura, artistas e autores, e não podíamos ficar indiferentes num momento em que a Cultura vive a maior crise de sempre”. As palavras são da diretora de Marketing e Comunicação da FNAC Portugal, Inês Condeço, e traduzem o ponto de partida para a intervenção da insígnia com vista a contribuir para a recuperação do setor.

É disso exemplo a campanha “Livros de Uso Obrigatório”, que juntou figuras públicas como Ricardo Araújo Pereira, Rita Redshoes e João Tordo, de forma a incentivar os portugueses a lerem mais e a usarem o livro como uma máscara contra o “vírus

do desconhecimento e da ignorância”. “Foi, sem dúvida, um movimento de grande impacto e, sobretudo, de sensibilização dos portugueses para o setor livreiro, que teve mais de 3,5 milhões de interações nas redes sociais, num movimento que foi orgânico e sem investimento de media”, comenta, dando conta de que o mercado, que vinha com uma queda acumulada de 25% e picos de queda de 70%, recuperou nos últimos quatro meses do ano.

Outra das iniciativas envolveu a angariação de fundos a favor da União Audiovisual, lançada em finais de 2020 e através da qual os clientes podem fazer donativos de um euro para a associação. Até dezembro, foram conseguidos cerca de 64 mil euros, valor que se destina a ajudar mais de 200 famílias durante cerca de seis meses. De acordo com a marketeer, o apoio da FNAC reflete-se igualmente no posicionamento relativamente à reabertura das livrarias, durante este confinamento: “Queremos dar cara a iniciativas que permitam o reerguer da Cultura, dando ainda ao consumidor aquilo que consideramos bens essenciais, nomeadamente, a possibilidade de ler.”

Mais recentemente, e numa altura em que as livrarias tradicionais enfrentam um grave período de crise, a FNAC juntou-se a uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa com o objetivo de preservar o património cultural e de cidadania da Livraria Barata.

“Pretende viabilizar espaços icónicos e de referência no nosso país para a promoção da cultura e em particular da leitura, totalmente alinhados com a missão da FNAC Portugal”, refere Inês Condeço.

Nas diversas vertentes, este apoio surge em linha com o papel da marca enquanto promotor cultural e que, antes da pandemia, se materializava através de mais de 8.000 eventos gratuitos por ano nos seus fóruns, entre showcases, apresentações de livros, workshops, horas do conto, sessões de cinema e talks. “Esta aposta na democratização da cultura que faz parte de quem somos teve de se virar, naturalmente, para o digital”, faz notar a porta-voz, concretizando com os mais de 200 eventos culturais criados em 2020 e disponibilizados gratuitamente. “Apesar da necessidade de proximidade que todos sentimos, esta promoção da cultura nacional em formato digital permite a construção de um legado para o país e para os portugueses do qual não iremos recuar, mesmo quando conseguirmos voltar à normalidade”, assegura Inês Condeço. Afinal, trata-se de “dinamizar ao máximo todas as áreas que fazem parte da Cultura, tentando ser uma marca cada vez mais transversal”: “Neste sentido, o nosso objetivo é estender a todos a possibilidade de participar nas iniciativas e levar até ao público o conhecimento de tudo o que há de bom no nosso país, nomeadamente, o talento.”

Inês Condeço entende que as marcas são quem mais facilmente chega até ao consumidor e o incentiva a participar em iniciativas e movimentos, sejam estes de que calibre forem. Desde pequenos gestos, a grandes ações, acabam por ser as marcas a ter um papel fundamental na divulgação ao público. “A FNAC tem, por isso, apresentado um papel diferenciador e tem promovido evidentemente todo o setor cultural, com especial destaque, ao longo do último ano, para o setor livreiro. Portugal já era um dos países europeus que menos lê e todas as restrições e acontecimentos dos últimos tempos só vieram piorar o panorama. É neste sentido que temos procurado cada vez mais incentivar à leitura e demonstrar a nossa atitude responsável enquanto agente cultural”, sublinha.

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Quarta-feira, 19 Maio 2021 12:12


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