Briefing | A pandemia obrigou ao fecho das academias. Como foram lecionados os cursos?
Gabriel Augusto | Uma vez que já estávamos a acompanhar a evolução da situação bem antes da declaração do estado de emergência, tomámos a iniciativa de propor logo na última semana de fevereiro, a todos os nossos alunos que estavam a frequentar presencialmente os nossos cursos, a possibilidade de assistirem à formação de forma remota, através do sistema de Live Training, para minimizar o risco de contágio. Assim sendo, a partir do momento em que nos vimos obrigados a encerrar os nossos espaços físicos, a transição foi relativamente natural, passando os alunos que ainda permaneciam no modelo presencial para o formato remoto.
A verdade é que já tínhamos o sistema em funcionamento há vários anos, como forma de alargar a nossa formação a áreas geográficas onde não tínhamos um centro de formação físico. E, por essa razão, a transição da formação para um formato à distância foi mais fácil, refletindo-se apenas num crescimento do número de alunos a acederem às aulas por essa via, comparativamente com o período pré-pandemia.
Esta mudança trouxe obviamente desafios ao nível pedagógico e foi necessário combater algumas crenças dos formandos relativamente à formação à distância. Até à data, o feedback geral tem sido positivo, com alguns desafios pelo caminho, e permitiu-nos garantir o que consideramos o essencial: assegurar a continuidade do desenvolvimento de competências dos nossos alunos, sem comprometer a segurança dos mesmos e do nosso staff.
Importa também salientar que assumimos o compromisso perante os nossos alunos que, na retoma das sessões presenciais, iremos analisar todo o período decorrido para colmatar eventuais falhas que possam ter ocorrido nesta transição, garantindo que a aprendizagem não seja prejudicada de nenhuma forma por esta situação, cuja génese é alheia ao controlo da FLAG e dos formandos.
Conseguiram manter todas as atividades, através do online?
Foi possível assegurar a continuidade da formação, embora tenha sido necessário reajustar a calendarização de algumas aulas, para adaptarmos as dinâmicas pedagógicas previstas à nova realidade. Também houve a necessidade de suspender temporariamente algumas ações cuja metodologia de formação não se ajustava à aprendizagem à distância.
Particularmente na formação para empresas, algumas ações foram suspensas no início do estado de emergência por opção do cliente, muitas das quais acabaram por ser retomadas em modelo remoto assim que se tornou evidente que esta situação se prolongaria por algum tempo.
Vão manter os webinars até meados de junho. Quais as mais-valias que trazem?
Os webinares gratuitos já eram algo que fazíamos regularmente antes da pandemia. Durante este período, acabámos por intensificar a regularidade dos mesmos, particularmente nos meses de abril, maio e junho, porque sentimos que era algo de valor para o mercado. E o balanço é bastante positivo: foram, até à data, 29 webinares disponibilizados, que registaram um total de mais de 3.500 inscritos.
É nosso intuito continuar a investir neste formato e a disponibilizá-lo de forma gratuita aos interessados. Além de ser uma excelente forma de chegarmos a novos potenciais alunos, é também algo que se encaixa perfeitamente na nossa missão e no ADN da FLAG, promovendo a qualificação e a competitividade dos profissionais que atuam nas áreas que compõem a nossa oferta formativa.
Como descreve o apoio da internet e novas tecnologias no trabalho das academias, durante este período? Pensam manter, no futuro, alguns cursos exclusivamente online?
A situação em que nos encontramos levou-nos a acelerar muitas tomadas de decisão e investimentos que já estavam em análise ainda antes da pandemia. Acreditando que muitas das mudanças verificadas se irão manter para o futuro ao nível do comportamento das pessoas, na sua forma de viver, trabalhar e aprender, é-nos evidente que todo o setor da formação terá de acompanhar este novo paradigma. Lançámos em maio um novo curso, na área de Design Gráfico, desenhado de raiz para ser ministrado exclusivamente à distância de forma síncrona, que se manterá neste formato no futuro. A adesão tem sido muito positiva e já temos outros programas formativos da mesma natureza para serem disponibilizados brevemente.
Temos a certeza que voltaremos a ter formação presencial no futuro, mas iremos também continuar a aposta na formação à distância que, depois desta experiência, ganhou um novo reconhecimento no mercado. Com isto, conseguimos oferecer ainda maior flexibilidade e acessibilidade à nossa formação e a realidade blended fará parte do nosso desígnio para o futuro.