Ser influenciador é…
Criar e partilhar com a sua comunidade. Sejam produtos, ideias, opiniões, experiências…partilhar com a comunidade é mesmo o mote do dia a dia de um influenciador.
O que motiva a associação a uma marca?
Há várias coisas, mas estou numa fase do meu percurso em que valorizo muito a capacidade de adaptação de parte a parte. Ou seja, claro que tenho que me identificar com o produto e com a marca que estou a comunicar, isso é determinante, mas também é essencial sentir abertura para criar um conteúdo à minha imagem e à imagem da minha comunidade, até porque é isso que depois converte a favor das marcas. Quando me dão briefings muito fechados e eu não tenho liberdade para fazer as coisas, é meio caminho andado para não me identificar com o conteúdo que estou a criar — portanto, tento não me pôr nessa posição.
Onde vai buscar a inspiração para criar conteúdos diferentes?
Bebo muito das coisas que me interessam. É aí que me inspiro. No fundo, crio conteúdo que eu também quereria ver. Não acredito muito nessa coisa da cópia, acho que todos temos um cunho pessoal que podemos dar a conteúdos que, à primeira vista, poderiam parecer “iguais”. Daí é que surgem as trends. Portanto, acredito mesmo que, por vezes, não tem tanto que ver com “criar conteúdos diferentes”, mas mais com o que podes acrescentar ao que já existe.
O que mais valoriza numa marca?
Atualmente, diria que a transparência e a coerência. Gosto quando uma marca é inteira a comunicar, quando se guia pelos valores certos e não tem medo de marcar posições. E acho que, num mundo em que já existe tanta coisa, uma estratégia coerente e fiel à linguagem da marca pode fazer a diferença. Para mim, faz.
A marca de sonho é…
Posso dizer a Tarwi? Porque sinto que é mesmo um bom casamento entre o percurso que fui fazendo na área da Nutrição e do Marketing, e é um projeto no qual tenho imenso orgulho. Hoje em dia, trabalho com marcas com as quais sempre sonhei trabalhar, e sinto-me uma privilegiada por isso, mas estaria a mentir se dissesse que comunicar a minha própria marca não é o maior sonho de todos.
Como surgiu o marketing de influência na sua vida?
Até é estranho pensar que tudo começou comigo a partilhar penteados e dicas para o cabelo na internet, de uma forma muito leve e despretensiosa. Era mesmo um hobby. Depois lancei o livro e a coisa já se tornou mais “séria”, mas, mesmo aí, estava longe de pensar que evoluiria para uma profissão, tanto que segui sempre a minha formação em Nutrição. Só mais tarde é que surgiu o conceito de “marketing de influência” como hoje o conhecemos, e aí percebi que não só era muito feliz a fazer isto, como podia mesmo ser o meu trabalho a tempo inteiro. E o resto é história!
A que atribui o seu sucesso como influenciadora?
À minha consistência. Mas acho que é um sucesso partilhado entre mim e os meus seguidores, para ser muito sincera. Sou muito focada no meu trabalho, levo a minha profissão muito a sério, e acredito que foi essa determinação e profissionalismo que me levaram a construir esta comunidade que tem crescido comigo e que tem continuado a seguir o meu conteúdo e a querer ver sempre mais.
Quais os momentos mais marcantes como influenciadora?
O primeiro grande marco foi ter o meu próprio escritório. Ter um sítio totalmente dedicado ao trabalho, principalmente numa altura em que “ser influenciadora” não era uma coisa tão estabelecida como é hoje, foi muito importante para a minha própria perceção em relação ao que estava a fazer. Assim como o aumento da equipa, que é sempre sinal de sucesso. E, claro, o lançamento da Tarwi! Um desafio gigante, mas que está a ser das maiores aprendizagens deste percurso.
Alguma vez pensou abandonar as redes sociais? Porquê?
Não é segredo para ninguém que há coisas nas redes sociais com as quais não é fácil lidar. Tem muitas coisas boas, sem dúvida, mas também é um trabalho ainda pouco compreendido e que, para ser bem feito, requer muita dedicação, não tem grandes horários (com o digital, nunca desligamos) e em que estamos sempre sujeitos a opiniões sem filtro. Tem vantagens e desvantagens, como qualquer emprego. Não diria abandonar, mas já tive fases em que estive mais ausente ou em que geria as minhas partilhas de outra forma… É ir tentando encontrar esse equilíbrio.
Qual o anúncio mais memorável?
Ui, podia dizer tantos… O mundo da publicidade tem mesmo coisas ótimas. Mas, assim de repente, lembro-me de, em 2022, ter havido uma onda de campanhas focadas na saúde mental na época de Natal, com anúncios muito bem feitos. Acho incrível quando as marcas assumem a sua responsabilidade social e usam o seu alcance para fazer a diferença e normalizar temas que estão na ordem do dia. A mim disse-me muito, deixou-me a pensar, e acredito que o mesmo tenha acontecido a muita gente. E esse também é o papel da publicidade.