A LEGO quer inspirar as famílias a construir

A LEGO quer inspirar as famílias a construirCom o lema “só o melhor é suficientemente bom”, a LEGO quer celebrar o potencial criativo de todos os fãs. A marca que, em termos globais, ultrapassou a Mattel no volume de vendas considera a aposta no cinema o “concretizar de um sonho”. Em entrevista ao Briefing, Inês Fonseca, brand manager da LEGO Iberia, diz que a marca quer despertar a paixão de criar.

Briefing | Houve uma alteração de posicionamento da marca com a introdução da LEGO no cinema?

Inês Fonseca | A inovação é uma das principais diretivas para o nosso dia-a-dia dentro do Grupo LEGO, por isso, há uma preocupação constante de estar a par das novas tendências e até mesmo, de as antecipar. Nos últimos anos, a marca LEGO® tem tido um crescimento notável e isso só foi possível graças ao trabalho de investigação desenvolvido e à grande capacidade da equipa de design de dar vida à imaginação das crianças. Este passo para o cinema vem nesse seguimento, foi o concretizar de um sonho e foi incrível a aceitação do público por todo o Mundo – “O Filme LEGO” custou 60 milhões de dólares a ser produzido e no primeiro fim-de-semana, só nos EUA, faturou 69 milhões.

Briefing | A LEGO está a mudar de estratégia de comunicação?

IF | A nossa estratégia mantém-se, as necessidades dos consumidores é que estão diferentes. Graças às novas tecnologias, o Mundo é muito mais imediato, mais digital e também mais próximo. E a LEGO tem-se desenvolvido tendo em conta estas novas especificidades, por exemplo, este ano lançámos a LEGO® Ultra Agents, em que, pela primeira vez, as crianças poderão interagir com as minifiguras reais e virtuais. Isto é, através de uma aplicação digital gratuita disponível para Windows Phone, iOS e Android ou escolhendo um dos seis brinquedos Ultra Agents, mas sempre com a missão de procurar pistas, resolver mistérios e ser bem-sucedido nas missões dos agentes secretos.

Briefing | O que levou a LEGO a apostar no cinema?

IF | O nosso objetivo ao formar a parceria com a Warner Bros. para a realização de “O Filme LEGO”, foi desenvolver uma nova experiência de entretenimento independente, mas completamente baseada na marca e nos seus valores. Queríamos produzir uma história e personagens que celebrassem a criatividade e que inspirassem famílias a construir e a criar juntas.

Briefing | Qual o retorno que daí adveio? Pode-se dizer que o cinema foi responsável pelo aumento das vendas?

IF | O filme não contribuiu só para um aumento de notoriedade da marca, foi também um forte motor de crescimento de vendas na primeira metade do ano, através da gama alusiva à longa-metragem.
Mas um dos principais “retornos” que daí adveio foi o incentivo à criatividade e, nalguns casos, o (re)despertar da paixão de criar! “O Filme LEGO” celebra o potencial criativo dentro de cada um de nós, que é algo em que a LEGO acredita desde sempre. Cada set de LEGO oferece uma experiência versátil, que não é estanque: hoje é um avião, amanhã um helicóptero e depois pode ser parte de uma torre gigante! Essa é a magia LEGO, que nos permite sonhar e criar à medida da nossa imaginação. E, pessoalmente, gosto muito de pensar que há mais famílias a brincar juntas e a cultivar tempo de qualidade entre si, ao som do encaixe das peças LEGO.

Briefing | Em que medida se traduz o aumento de vendas? Foi significativo no mercado português?

IF | As vendas na Europa, Américas e Ásia registaram um crescimento de dois dígitos, o que é muito bom, sobretudo tendo em conta que o mercado global de brinquedos teve um início lento em 2014.
Em Portugal, este tem sido um ano muito “emotivo”, pois além de “O Filme LEGO”, que cativou miúdos e graúdos por todo o Mundo, tivemos também o grande lançamento da linha dos Simpsons. Esta linha, composta pela coleção de minifiguras e pelo set da “Casa dos Simpsons”, fez um enorme furor no mercado nacional, pois a criação da Casa foi liderada por Marcos Bessa, um dos designers Portugueses a trabalhar na sede da LEGO em Billund.
Outra gama de licença de lançámos este ano foi a LEGO® Disney Princess®, que fez sonhar meninas de todas as idades, ao recriar cenas enigmáticas dos filmes Disney “A Pequena Sereia”, “Rapunzel”, “Cinderella” e “Brave”.

Briefing | O que significa para a Lego, em termos globais, ultrapassar a Mattel?

IF | É um marco na história do Grupo LEGO, pois a Mattel tem um portfolio incrível de marcas, no entanto, ainda é cedo para assumir que estes resultados reflitam o ano 2014, pois o Natal é a altura mais importante de vendas no mercado global de brinquedos. De qualquer forma, é uma grande responsabilidade que nos incentiva a continuar a inovar e fazer sempre mais e melhor, porque “só o melhor é suficientemente bom” (lema da marca).

Briefing | A marca vai continuar a apostar no cinema? Ou há outros planos em vista?

IF | Em maio deste ano foi anunciada uma nova produção – em parceria com a Warner Bros. – inspirada na gama Ninjago (uma gama LEGO que conta a história de um grupo de Ninjas, com poderes muito especiais, que luta pelo equilíbrio das forças do Universo, para que o Bem vença sempre o Mal), que deverá estrear em Setembro de 2016.

Briefing | Quais as perspetivas de negócio da marca no mercado português?

IF | Em linha com os resultados registados nesta primeira metade do ano, esperamos registar mais um bom ano com base num portfolio inovador em linhas de produto bem estabelecidas (como City, Creator e DUPLO), novos acordos de licenças relativos a filmes deste ano, como os “LEGO® Marvel™ Super Heroes Guardiões da Galáxia”, novidades “Star Wars” e a linha “O Filme LEGO”, bem como, no reforço da aposta no imaginário feminino – LEGO ® Friends e LEGO® Disney Princess®.

sb@briefing.pt

Quinta-feira, 09 Outubro 2014 12:16


PUB