Briefing | Como surgiu a ideia para a OH! Mag?
Tiago Ribeiro | Inicialmente a ideia partiu da Daniela e da Inês, que em novembro do ano passado decidiram que queriam passar aquilo que o Instagram lhes transmitia para o papel. Pretendiam criar um livro que contasse as histórias das pessoas que estavam por detrás dos quadrados que as inspiravam e como a fotografia se relacionava com o modo de vida delas. Mas um livro seria algo muito estanque. Havia necessidade de atualizar as inspirações e mostrar sempre algo de novo. Daí surgiu a ideia de o livro passar a ser uma publicação periódica. Eu, que sempre acompanhei o desenrolar desta ideia desde o primeiro momento, fui chamado mais tarde para ficar responsável da comunicação e criatividade da marca. A dupla passou a tripla e passados uns meses nasceu a OH!Mag.
Briefing | A quem se dirige? Consideram que há público para uma revista desta temática?
TR | A OH!Mag dirige-se principalmente a todos aqueles apaixonados por criar, sejam eles instagrammers, fotógrafos, designers, ilustradores, arquitetos, atores ou outra coisa qualquer. Sejam eles criadores a full-time ou criadores pós-laborais. As pessoas que vão comprar a revista, são aquelas que dão valor ao tempo que é gasto na criação duma peça. E sim, acreditamos que existe público para esta temática. Aliás, achamos que existe uma lacuna muito grande no mercado português no que toca a revistas que mais do que revistas são um artigo de coleção, intemporais, revistas que se compram como se compra um livro, que dão prazer de tocar, de folhear e cheirar.
Briefing | As fotografias presentes são todas da vossa autoria? Ou recorrem a outros autores?
TR | Não, não. Aliás, nenhuma das fotografias presente na revista é da nossa autoria. O que queremos mesmo é contar a história destas pessoas que nos inspiram, os mil e um talentos que inundam o Instagram com o seu brilhantismo. Somos parte ativa da comunidade de igers em Portugal (não como OH!Mag mas com os nossos perfis pessoais) e temos estabelecido contactos com imensos instagrammers de norte a sul do país ao longo de dois anos, altura em que começámos a utilizar a plataforma. Conhecemos pessoas, criámos amizades e partilhámos gostos e inspirações. Basicamente sentimos necessidade de elevar esta troca de experiências a outro nível. Criar algo físico, um local que albergasse o que nos inspira no Instagram. Para verem material da nossa autoria podem visitar-nos no nosso Instagram.
Briefing | Que critérios consideram na seleção de imagens?
TR | Adoramos pessoas que tenham uma linguagem muito própria, ou um projeto que cresce de dia para dia dentro do Instagram. A qualidade não se vê pelo número de seguidores ou pelo número de likes, vê-se sim pelas histórias que nos contam em cada quadradinho e pelo que nos fazem sentir. Basicamente qualquer pessoa que tenha algum cuidado com a sua fotografia pode vir a ser selecionado para a revista. Às vezes há tanta qualidade que é difícil escolher. Se querem agarrar a nossa atenção, usem e abusem do nosso hashtag #oh_mag. Uma coisa é certa, só não partilhamos selfies.
Briefing | Qual será a periodicidade da revista?
TR | A OH!Mag será uma publicação trimestral.
Briefing | Que investimento foi feito na OH! Mag? Como financiam a revista?
TR | “First things first”, a OH!Mag não pretende ser um projeto lucrativo (pelo menos não no seu início de vida). Tudo o que procuramos de momento são maneiras de tornar a revista autossustentável. Pensamos a cada volume, o volume 0 (versão Beta da revista) deve pagar o Volume 1, o 1 deve pagar o 2 e por aí adiante. Inicialmente, todo o investimento foi feito à conta do nosso trabalho, no futuro, ainda não sabemos, mas procuramos parceiros.
Briefing | Têm patrocinadores associados?
TR | Ainda não. Conheces algum?
Briefing | Qual foi a tiragem da edição 0?
TR | 500 exemplares. Mas pode haver nova edição, porque a procura foi enorme.
Briefing | Onde pode ser encontrada (lojas físicas, online)? E tem um custo associado?
TR | Neste momento apenas pode ser encomendada no nosso site, tem o preço de 17 euros + portes de envio (2 euros para Portugal Continental e 6 euros para o resto da Europa). Pretendemos que o próximo volume além das reservas online, seja vendido em lojas físicas de Portugal, Espanha e Alemanha.
Briefing | É exclusiva para o público português? Ou também há interessados lá fora?
TR | O nosso público é maioritariamente português, mas queremos fazer deste produto um produto de Portugal para o mundo (por alguma razão a revista é bilingue). E interessados não faltam, 15% das reservas são feitas a partir do estrangeiro, Espanha, França, Inglaterra, Holanda, Alemanha, Itália, Áustria, Estados Unidos, Brasil, Argentina… e a lista continua.
Briefing | Em que suportes estão a comunicar o projeto?
TR | Inicialmente tínhamos uma estratégia muito bem delineada para atacar as redes sociais, Instagram (claro) e Facebook, mas devido ao artigo que saiu cinco dias após o lançamento da revista, não conseguimos fazer outra coisa senão tratar de encomendas, ir aos correios e responder a emails.