A OPTO é uma nova forma de ver e comunicar a SIC. Diz a Vanessa

A nova plataforma de streaming da SIC alia entretenimento e informação. Nas palavras da diretora, essa é uma das suas “características únicas” e que a distingue da restante oferta do mercado. Vanessa Fino Tierno fala de um serviço pioneiro em Portugal, que oferece conteúdo original exclusivo aliado ao catálogo linear, e que apresenta funcionalidades inovadoras. A OPTO está no País e lá fora, com duas versões.

Briefing | A OPTO promete mais de quatro mil horas de conteúdos. A que se propõe a plataforma de streaming?

Vanessa Fino Tierno | Queremos estar onde está o nosso público. Uma plataforma de streaming é um passo lógico e evidente para a SIC. A tecnologia “on demand” permite que um assinante tenha agora acesso a todo o catálogo de conteúdo do canal quando e onde quiser. A diferença é que, pela primeira vez em Portugal, uma televisão soma conteúdo original, pensado e produzido para a plataforma, ao seu catálogo de linear.

As produções OPTO primam pela diferença, apresentando conteúdos exclusivos sustentados numa realidade portuguesa, mas despertando um espírito moderno na sua abordagem. Procuramos suscitar curiosidade com narrativas mais fraturantes, uma realização mais corajosa e uma representação cuidada. Com a OPTO, queremos continuar a ter a preferência dos espetadores e do público.

Uma vez que os portugueses já têm acesso a serviços do mesmo tipo, o que difere este dos outros que já operam no País?

Somos uma televisão portuguesa e assumimos isso mesmo. As nossas séries originais procuram refletir a portugalidade. Por exemplo: “A Generala” é inspirada num acontecimento real; a “Esperança” reflete uma certa atmosfera urbana da cidade de Lisboa, muito bem conseguida por um trabalho magistral do César Mourão e de outros atores; enquanto que “O Clube” mostra uma noite que também é bem real e portuguesa.

A plataforma está também presente no estrangeiro. Qual o potencial lá fora, uma vez que os mercados são diferentes?

Há milhões de portugueses no estrangeiro, por todas as razões e mais algumas, eu própria já vivi essa experiência de estar fora. Desde o primeiro dia da plataforma que procuramos poder chegar a todos os cantos onde exista um português que queira ver conteúdo do seu País. Negociámos full rights na quase totalidade dos conteúdos por causa disso. 

A oferta internacional da OPTO disponibiliza, além de todos os conteúdos e funcionalidades que temos no mercado nacional, o acesso à emissão em direto da SIC Notícias. Essa é outra das características únicas: a plataforma alia entretenimento e informação. Há séries documentais exclusivas produzidas pela informação da SIC e com as principais caras da estação.

Cumprimos um papel importantíssimo de proximidade entre os portugueses que vivem fora do País e a nossa realidade aqui.

Como está a decorrer a distribuição? A OPTO vai estar disponível em operadores de televisão?

Estamos a trabalhar para alargar e disponibilizar a OPTO nas plataformas em que os espetadores podem utilizar o serviço, nomeadamente em mais modelos de Smart TV, Apple TV e, também, através dos operadores de televisão nacionais e internacionais.

A SIC tem historial de parcerias internacionais e já distribuiu para plataformas de streaming estrangeiras. Com o lançamento da própria OTT, pensam vir a produzir para a concorrência?

A SIC está sempre aberta a parcerias e oportunidades. Porque não? Embora se deva dizer que estamos numa atividade em que quem detém as propriedades detém o valor.

Neste setor, tão dinâmico, tudo acontece de um momento para o outro. É aguardar por novidades. 

Quais os desafios que se impõem na comunicação de um serviço de streaming?

Uma plataforma de streaming representa um novo desafio. Comunicar um projeto como a OPTO implica um conhecimento diferente e mais aprofundado do público. Os targets não são os mesmos a que estávamos habituados. A audiência, ou a medição da mesma, não se analisa da mesma forma, tudo muda, tudo é novo.

O facto de ser a primeira plataforma de streaming portuguesa, paga e nascida de um grupo de media, também se torna num desafio enorme para que o público compreenda esta nova forma de ver a SIC. A OPTO não é um simples player de conteúdos, é uma plataforma de streaming inovadora, diferenciadora, e que vem colocar o Grupo Impresa, nomeadamente a SIC, um passo mais próximo do futuro. Juntar tudo isto numa comunicação simples, clara e objetiva, que converta em novos subscritores fiéis e, sobretudo, felizes com a experiência do serviço é o nosso desafio constante e diário.

E importa relembrar que a OPTO não existe apenas em Portugal, é, portanto, necessário pensar tudo isto também além-fronteiras, em que a comunicação assenta essencialmente numa base de campanha digital.

E por onde passa a estratégia de marketing e comunicação?

A estratégia utilizada não é uma só, não é estanque e está em constante mutação e evolução. Molda-se à necessidade, ao objetivo e, sobretudo, ao target para quem vamos comunicar, que vamos conhecendo e segmentando através de sistemas tecnológicos que licenciámos para o efeito. Um bom exemplo disto é que já lançámos séries com estratégias distintas de comunicação e emissão. Por exemplo, no caso da “Esperança”, estreámos o primeiro episódio na SIC generalista e, imediatamente depois da estreia, disponibilizámos na OPTO Premium esse episódio e o seguinte, e depois estreámos sempre um episódio por semana aos sábados. Já “A Generala” e “O Clube” promovemos em antena, na SIC generalista, com promos, e estreámos um episódio a cada sexta na plataforma. Isto em relação a conteúdos. Se falarmos em funcionalidades, podemos chegar ao detalhe, em que cada uma delas tem a sua micro estratégia de comunicação.

É tanto uma nova forma de ver a SIC como uma nova forma de a comunicar.

A plataforma representou um investimento de que ordem?

Não vamos revelar o valor do investimento, mas podemos garantir que o retorno tem superado as nossas expetativas e que vamos continuar a investir nos melhores conteúdos e na melhor experiência para o utilizador.

As fontes de receita passam apenas pela subscrição ou há publicidade?

Temos publicidade na versão gratuita. Na versão premium, a monetização é feita através da subscrição, embora possa haver publicidade em formatos não intrusivos.

Quanto estima a OPTO faturar no final do primeiro ano?

Não revelamos o valor das nossas previsões, mas acreditamos que estamos perante uma fonte de receitas que se pretende que vá crescendo ano após ano.

carolinaneves@newsengage.pt 

Quinta-feira, 21 Outubro 2021 12:08


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