Briefing | Como surge o projeto “New beginning for Portugal”?
Sandra Correia | O projeto ANBFP surge com base no programa A New Beginning, entrepreneurship & Innovation criado pelo Presidente Obama nos EUA em 2010. Este programa tem por objetivo selecionar 28 empreendedores de todo o mundo, para durante três semanas, conhecerem e aprenderem mais sobre o tema Empreendedorismo nos EUA. Após ter sido selecionada e feito este programa, quando regressei a Portugal, quis colocar em prática tudo que tinha aprendido. Como Portugal em 2013 estava no meio de uma crise que todos conhecemos, senti que era a altura certa para pedir a todos que sentissem espírito de empreendedor, para partilhar os seus sonhos de vida e nós todos em conjunto ajudarmos a realizar esses sonhos e a criar novos negócios com sustentabilidade económica para as suas vidas e em sequência para Portugal.
Briefing | Quais os objetivos que se propõe atingir?
SC | O programa vai terminar em outubro de 2015, dois anos após o seu início, e o nosso objetivo é ter cerca de 500 membros ativos e 25% dos seus sonhos concretizados e transformados em negócios. Mostrar que, quando sonhamos e queremos, conseguimos e que através da partilha e do networking conseguimos. Que não precisamos de A ou B, mas sim de todos. Que juntos somos UNO.
Briefing | Porquê o Facebook como plataforma de lançamento?
SC | Porque foi a forma mais simples para permitir a partilha dos sonhos comigo e mais tarde connosco e porque o facebook é uma plataforma tão visível que também nos permite chegar a mais pessoas e partilhar a nossa missão para Portugal.
Briefing | Qual o alcance deste movimento até agora?
SC | Neste momento temos cerca de 200 membros e 10 sonhos concretizados, alguns deles novos negócios numa fase de incubação e start up e outros em preparação para a sua Internacionalização.
Briefing | De que modo é que o empreendedorismo pode contribuir para mudar o país?
SC | O empreendedorismo é a forma mais eficaz para que qualquer país possa evoluir. Todos nós na nossa vida somos empreendedores, na nossa vida privada e profissional, se ao nos tornarmos Empreendedores de dentro para fora, vamos criar novas ideias, novos negócios, proporcionar a mudança, menos dependência dos outros e abrir a um mundo global onde a partilha é a base principal.
Briefing | O movimento parte do princípio de que é possível transformar uma ideia num negócio de sucesso: em que medida?
SC | Sim, parte dessa ideia. Na medida em que eu tenho uma ideia, mas não sei como fazer ou não tenho capacidade financeira. Ao partilhar essa ideia, outra pessoa poderá saber qual é o passo seguinte a dar, aqui começa a ajuda, depois chegamos a parte em que o empreendedor deve fazer o seu Plano de Negócios, no grupo temos pessoas que sabem fazer, então essas ajudam quem precisa de fazer, e essas que ajudam também têm no seu sonho áreas onde precisam de ajuda e outros ajudam. Assim em cadeia, uma espécie de mentoring de sonhos.
Briefing | Somos suficientemente empreendedores?
SC | Todos somos nas nossas vidas, cada um à sua maneira, mas agora estamos e somos cada vez mais empreendedores, porque até pode ter uma ideia disparatada, mas tem quem ouça essa ideia e dessa ideia partimos para outras assim sucessivamente. Não existe crítica, existe partilha de experiências. E sim, somos sim, mas temos é nós os empreendedores mais experienciados abrir espaço para que outros possam empreender e desenvolver.
Briefing | Uma coisa é ter ideias, outra é concretizá-las. Arriscamos o suficiente ou precisamos de arriscar mais?
SC | Temos de arriscar muito, temos de ir sem medos, não basta dizer: eu tive uma ideia….é preciso trabalhar nela, é preciso ser resistente, resiliente, acreditar nela, arriscar mesmo.
Briefing | Como CEO da Pelcor, de que modo contribui para este novo começo?
SC | Com a minha própria experiência de vida como empreendedora, com os contactos que tenho, com os caminhos percorridos no meu negócio e que partilho com os outros…porque se a mim me levou um ano a chegar a um determinado local, para os outros vai demorar meio ano, porque eu posso dar-lhe logo o caminho a seguir, já aberto por mim…mas depois deixo na mão do empreendedor saber fazer ou não.