APAN: “O futuro da sustentabilidade passa pela criatividade”

APAN: “O futuro da sustentabilidade passa pela criatividade”
A Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) organiza hoje, no Convento do Beato, em Lisboa, a conferência “Cinco anos pelo desenvolvimento sustentável em Portugal”. Do painel da manhã fez parte o debate sobre o papel da publicidade na contribuição para uma nova mentalidade acerca do desenvolvimento sustentável em Portugal, onde alguns dos oradores salientaram a importância da criatividade para a sustentabilidade do país.

 O publicitário Pedro Bidarra dividiu sustentabilidade em duas opções: ou como um valor que a empresa, desde logo, detém, ou, por outro lado, não sendo mais do que uma buzzword com a qual a empresa tenta ganhar media.  Aliado ao conceito de sustentabilidade está ainda, para o publicitário, um valor importante: a criatividade. É através dela que se “resolvem coisas de forma original”, revelou. Neste sentido, num país onde a criatividade não é valorizada, não existe sustentabilidade. “Sem criatividade não se resolvem problemas”, salientou o publicitário.

De acordo com Bidarra esteve Paulo Campos Costa. O diretor da media team da EDP admitiu que o mercado da publicidade e do marketing mudou e, com esta mudança, passou a haver uma inovação também na comunicação ou no marketing. Agora, “tenta fazer-se comunicação de forma diferente porque é preciso cortar no orçamento”. Neste ponto, o responsável realçou a importância das parcerias entre os media e as marcas.

Paulo Baldaia reconheceu essa importância, defendendo, ao longo do debate, o papel do brand journalism, que começa agora a chegar a Portugal. O diretor da TSF adiantou que “quanto à comunicação de sustentabilidade de uma empresa, o jornalismo de marca é mais importante do que a publicidade”. Paulo Baldaia vê nesta “parceria” entre marcas e media uma forma de sustentabilidade também para os próprios meios de comunicação, numa altura em que o investimento publicitário está em queda: ao mesmo tempo que os media ajudam a comunicar a insígnia – quer através das conferências que se fazem, quer através de prémios ao público -, os meios de comunicação têm, assim, outra forma de sustentabilidade.

Apesar de as empresas apresentarem, muitas das vezes, nos anúncios, a preocupação com a sustentabilidade do país, Augusto Mateus, economista e presidente da Augusto Mateus & Associados, apontou essa mesma sustentabilidade como sendo apenas virtual e que, desta forma, se tinha tornado útil. “Vivemos numa sociedade não sustentável”, justificou. O responsável revelou que para se ser sustentável é necessário “mudar depressa” adquirindo outras formas que nos permitam ultrapassar barreiras. Neste sentido, e tal como outros oradores, também Augusto Mateus defendeu que “o futuro da sustentabilidade passa pela criatividade”.

Catarina Caldeira Baguinho
Fonte: Briefing

Terça-feira, 07 Fevereiro 2012 14:27


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