Estava-se em 2008 quando Martim Oliveira decidiu criar a Learn To Grow. A empresa começou como representante em Portugal da marca brasileira de formação BIT Company, mas rapidamente começou a produzir os próprios conteúdos. É que, conta, bastaram uns meses para se aperceber de um “nível de exigência completamente diferente” do Brasil face à Europa e da lentidão na adaptação às necessidades lusas. Centrou-se, pois, na formação para o mercado empresarial. Tendo background no marketing da L’Oréal, na área de vendas e de marketing digital, encontrou uma oportunidade a explorar e, em 2013, constituiu a Boost Your Digital (BYD). “Existiam muitas agências criativas com muita qualidade em Portugal, mas percebemos que havia uma lacuna de empresas fortes na área de performance, orientadas para o resultado”, diz. O posicionamento foi, desde logo, criar uma agência que se diferenciasse pela performance. “Nunca vamos competir por prémios de criatividade”, admite. Onde são fortes, entende, é na análise do negócio, em perceber como é que os clientes conseguem fazer crescer os seus negócios. “Toda a nossa estratégia é 100% direcionada para isso”.
Além do “foco total na mensuração e no retorno do investimento para os clientes”, o facto de ser uma agência com ADN totalmente digital é, assegura, “verdadeiramente diferenciador”. “Os grandes players do mercado começaram por ser agências tradicionais que estão a tornar-se digitais, porque é obrigatório estar presente. Nós nascemos digital e isso é diferenciador”, acredita.
“Tudo é mensurável no digital: conseguimos medir quantas pessoas viram, quantas viram e clicaram, quantas acederam ao site, quantas foram do site até à loja, e na loja a quantidade que compraram. Se investir dez euros consigo perceber exatamente qual foi o retorno”. Já o marketing tradicional, como a televisão, “é muito mais difícil de mensurar”. A própria velocidade de adaptação é “muito superior”. “No digital pode-se adaptar a campanha a qualquer segundo, segmentar, alterar segmentação, mudar as criatividades, a proposta de valor, a mensagem… Conseguimos reagir muito rápido, com uma estrutura muito flexível”.
A estrutura, essa, passou de duas pessoas para 40, fruto também da criação de outras duas empresas: a Convert, em 2017, e a Emotion Film Production, em 2018. A primeira é uma consultora de marketing de performance que surgiu em virtude da necessidade de uma empresa que pensasse o negócio antes de o implementar e que, atualmente, é o “principal angariador de negócio do grupo”. A segunda é uma produtora e nasceu para suprir as necessidades do vídeo nas estratégias digitais, porque os parceiros com que trabalhavam, muitas vezes, “não tinham capacidade de resposta”. “Tal como as outras empresas, acaba por viver do negócio que a BYD e a Convert angariam, mas também angaria negócio diretamente”, via da aposta num formato que tem um “alcance muito superior”. “O vídeo é, atualmente, muito beneficiado em todas as estratégias. É uma empresa que tem um potencial enorme”, afirma.
Fecha-se, assim, um círculo que responde “a todas as necessidades do cliente”: a Convert desenvolve a estratégia de negócio (online e offline), a Boost Your Digital implementa a estratégia, a Emotion produz vídeo e multimédia e a Learn to Grow fornece formação e adaptação ao negócio.
Em 2019, trabalharam com 200 clientes, além de mais de 90 outros em regime de avença. “O nosso foco não tem sido a angariação, mas em desenvolver o negócio dos clientes atuais. Costumamos trabalhar com uma parte de avença e outra de sucess fee e os resultados dos nossos clientes têm feito com que o nosso crescimento de faturação seja sempre alocado aos resultados que eles têm obtido. Acreditamos muito que só vamos crescer se os nossos clientes crescerem também”, explica.
Para 2020, o objetivo – “ambicioso”, concede – é “continuar a crescer globalmente por volta dos 50%”, assim como apostar na expansão internacional associada ao crescimento dos clientes.