Briefing | Era importante realizar esta edição dos prémios, não obstante o contexto?
Manuela Botelho | Sem dúvida que sim. Há 15 anos que entregamos os Prémios à Eficácia, uma iniciativa que já é uma referência na indústria da comunicação e da publicidade e uma imagem de marca do setor. Se o grande propósito dos Prémios à Eficácia é mostrar o efeito da comunicação no negócio das marcas, num ano como este era fundamental continuar a fazer essa demonstração e a passar essa mensagem. E a verdade é que, apesar de todas as dificuldades que a pandemia nos colocou a todos, anunciantes e agências voltaram a mobilizar-se de forma exemplar em torno desta iniciativa, o que nos deixou extremamente orgulhosos. Confesso que esta mobilização ultrapassou todas as nossas expetativas e aumentou ainda mais o nosso sentido de responsabilidade para com todos os envolvidos, especialmente com os patrocinadores que, apesar de todas as dificuldades, mostraram que estão connosco no longo prazo. Por tudo isto, não poderíamos responder de outra forma que não fosse com uma determinação enorme em que esta não seja apenas mais uma edição dos Prémios. A ambição não esmoreceu com a pandemia e queremos que esta seja a melhor de todas as edições, a gala mais eficaz de sempre dos Prémios à Eficácia.
São já conhecidos os finalistas. Que conclusão retira do número e da qualidade dos trabalhos?
É verdadeiramente assinalável que, num ano como este que estamos a viver, tenhamos 97 trabalhos finalistas. Foi uma agradável surpresa termos tidos tantos trabalhos a concorrer num ano tão sui generis, sabendo que as condições de trabalho, de comunicação e de acesso à informação não eram as melhores e, ainda assim, a qualidade dos trabalhos apresentados continua extraordinária. A conclusão é que a indústria da publicidade se adaptou de forma muito rápida aos novos tempos e isso é uma inspiração para que também nós adaptemos a cerimónia da entrega de prémios às novas regras do jogo. Esperamos surpreender como fomos surpreendidos pela número e qualidade dos trabalhos finalistas.
A gala vai manter-se? Em que moldes?
Vai manter-se e vai realizar-se a 19 de novembro. Desta vez, por força das circunstâncias, vamos ter uma gala online, a partir das 17h00. A nossa preocupação é que a cerimónia seja leve, divertida e que dure no máximo hora e meia e, também por isso, dizemos que vai ser a gala mais eficaz de sempre.
A transmissão pode ser seguida na página dos Prémios à Eficácia e através de um link que será tornado público em breve. A apresentação vai estar a cargo dos atores Pedro Luzindo e Margarida Antunes, a partir do Café Teatro da Malaposta, onde estarão muito poucas pessoas entre os quais os apresentadores e os patrocinadores, cumprindo todas as regras definidas pela DGS.
Além do formato, o que terá de diferente face ao evento presencial que costuma decorrer na reitoria da Universidade Nova de Lisboa?
Desta vez, ao contrário das edições anteriores, vamos começar com o Grande Prémio. E esta será apenas uma das muitas inovações que vamos ter. Vamos ter entradas em direto dos vencedores dos prémios Ouro, para que possam dizer uma palavras à audiência e também os patrocinadores irão estar presentes de forma diferente da habitual.
Outra novidade é a presença de uma banda que vai animar e dar ritmo a toda a emissão, para que sejam 90 minutos animados, divertidos e eficazes.
Qual o conceito subjacente?
Sendo este um ano em que muitos profissionais da indústria da publicidade, dos eventos e espetáculos estão a enfrentar fortes dificuldades em consequência da crise sanitária, a organização dos Prémios à Eficácia tomou a decisão de dar uma mão a quem estava sem trabalho ou a ser dispensado das suas empresas. Por isso, a cerimónia foi planeada e será produzida através do projeto HAND Creative Chain, liderado pelo Gonçalo Morais Leitão. A HAND é uma corrente criativa que cria e produz conteúdos com pessoas talentosas que, pelas circunstâncias da vida, estão sem trabalho ou não têm oportunidades e precisam de uma mão.
No total, são 25 profissionais que estavam a precisar de uma mão, 25 pessoas e o Café Teatro Malaposta que não recebe eventos desde março e, por isso, foi escolhido para ser o palco físico da XVI Gala dos Prémios à Eficácia, que, assim, sai pela primeira vez em muitos anos do auditório da Universidade Nova.
O tema desta gala é a luz, que é algo que tanta falta nos faz numa altura em que a tendência é vermos tudo tão escuro.
Este ano, há uma vertente de responsabilidade social. Porquê?
Precisamente porque é um ano que está a colocar sob pressão muitos profissionais da indústria e sentimos que tínhamos aqui uma responsabilidade.
E por isso, quando em maio fizemos o lançamento da edição de 2020, em respeito pelas dificuldades que todos estávamos a atravessar, decidimos que iríamos entregar uma parte das receitas desta edição a uma causa solidária, em apoio aos efeitos da Covid-19. E a nossa maior satisfação é podermos, com a realização desta gala, devolver a quem precisa nesta indústria uma parte daquilo que ela nos entrega, em resultado do seu trabalho.
Em resumo, estamos a adaptar a gala às novas exigências da crise sanitária e a ajudar quem mais precisa.
É possível que a gala seja eficaz, mesmo com estas mudanças? Quais são as expectativas?
É possível e é esse o objetivo. A expetativa é termos uma gala mais concentrada porque sendo online não podíamos ter um evento muito demorado para não correr o risco de tornar a cerimónia pesada e incapaz de manter a atenção das pessoas. Por isso vamos ter uma cerimónia de apenas 90 minutos, com música a marcar o ritmo, com menos discursos e com mais uma ou outra surpresa que prometem tornar a transmissão ainda mais dinâmica e divertida. Não vou revelar tudo para aguçar a curiosidade, mas vai valer a pena.