Cannes: Quanto vale a Criatividade e a Inovação?

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Começa amanhã, dia 30, o Cannes Lions Review 2010, segunda edição da apresentação em Lisboa do Festival de Cannes, de iniciativa do seu actual representante em Portugal, a MOP dirigida por Vasco Perestrelo.

Todos sabemos ser Cannes o maior Festival de Publicidade do mundo
(número de trabalhos a concurso, números de delegados). Não apenas o
maior, mas também o mais importante (longevidade, a mais larga
representatividade em termos da presença de países, grupos de
comunicação, medias e anunciantes, a maior cobertura pelos meios
especializados da área da comunicação). E, para nós, profissionais, o
mais prestigiado (quem não anseia por ter um leão de Cannes, de ouro,
prata ou bronze, pelo menos um diploma nacional na sua categoria, ou os
almejados Grand Prix ou Platinium Award, já para não falar da presença
nos curricula o ter sido … jurado em Cannes).

Mas Cannes é isto?

É, de facto, mas representa muito mais: representa o elogio à
criatividade mas também a procura da inovação, fundamentais para a
mudança e a criação de valor, seja na publicidade ou em qualquer outra
área do conhecimento.

Cannes é hoje um fórum onde certamente o focus continua a ser o
concurso, e os seus prémios, desde há alguns anos alargados a diferentes
categorias para além dos clássicos “Televisão, Imprensa, Rádio,
Outdoor”, e também com uma competição dedicada a jovens criativos.

Mas Cannes é muito mais do que isso, e a prová-lo estão os profissionais
que aí se deslocam, e as empresas que durante o Festival lá efectuam
workshops, seminários, e as mais variadas apresentações ou eventos
aparentemente “sociais”, mesmo em momentos de crise como aquele que o
mundo atravessa hoje, onde o corte de custos está sempre presente.

Cannes é a afirmação do primado da criatividade, da necessidade da
inovação, da importância das parcerias, num mundo onde o conceito de
publicitário, media, carrier ou indústria tecnológica mudou
profundamente. E, por isso mesmo, onde paradoxalmente precisamos de novo
tudo isso, mas com posicionamentos diferentes, de forma a darmos corpo a
novas formas de comunicação, a novos modelos de negócio, a um novo tipo
de inter-relação entre os players da nossa indústria.

Custos, preços, savings, estão de fora. E ainda bem, pois só têm lugar e
utilidade se continuarem a existir os valores da criatividade e da
inovação.

Bem-vindos ao Novo Mundo da “velha” Publicidade e dos “velhos” Media.
Bem-vindos a Cannes!

Luís Mergulhão
(profissional para quem Cannes é importante)

Quarta-feira, 29 Setembro 2010 12:25


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