Esta Maria Maleta vem por bem

Com design diferenciador e uma fusão de materiais da nova geração combinadas com uma das matérias-primas mais ancestrais, a pele, a Maria/Maleta lançou a Season Collection, uma coleção anual, composta por sete novos modelos intemporais. “Qualidade não é sinónimo de quantidade”, advogam as sócias e fundadoras da marca 100% portuguesa, Daniel Marques e Ana Neto . Sustentabilidade e versatilidade, essas, são as palavras de ordem.

Apostando em modelos mais minimalistas, de linhas retas e cores sóbrias, a Maria/Maleta enveredou, num ano atípico, pela inovação, com uma coleção anual e intemporal para tentar dar resposta às exigências da era moderna, incentivando ao consumo transparente, informado e consciente. “A pele é até hoje a nossa matéria-prima de excelência, mas, cada vez mais, estamos atentas a novos materiais e tecnologias, principalmente as que promovem uma economia circular. Na Season Collection já introduzimos novas matérias-primas provenientes da reciclagem de plástico, que vão ao encontro daquilo que procuramos: qualidade, sustentabilidade e durabilidade”, avança Daniela Marques.

Os sete modelos disponíveis no mercado refletem a versatilidade da personalidade feminina, “romântica e racional, sensível e corajosa, urbana e pacata”, descreve Daniela Marques, e podem ser usados sem estereótipos e regras. “A Maria/Maleta convida a mulher do século XXI a ser o que quiser, quando quiser e de uma forma divertida.” Um convite inspirado no slogan: “One woman, one bag – two sides to choose.”

Quem não arrisca…

Depois da hesitação, do receio e reflexão, durante o confinamento provocado pela pandemia de Covid-19, eis que surge a reação com o lançamento da Season Collection. “Adaptámos a nossa comunicação à difícil altura em que estávamos/estamos a viver e brincámos um pouco com a situação, tendo a resposta ao lançamento da coleção surgido quando o ‘pânico’ inicial acalmou”, conta Ana Neto. “Considerámos que poderíamos ser uma lufada de ar fresco num Instagram que estava carregado de notícias difíceis”, completa a amiga e sócia de Ana.

O admirável mundo vegan

Para os amantes da filosofia vegan, a Maria/Maleta tem ótimas notícias. Pela primeira vez, partiu à descoberta deste admirável mundo novo e investiu em três produtos vegan, com materiais, que, além de serem de origem não animal, trazem valor acrescentado, no sentido de serem recicláveis e/ou reciclados. Todas as peles utilizadas pela marca têm origem no desperdício da indústria alimentar. Dentro de cada modelo foi criada uma etiqueta que identifica os seus materiais constituintes.

Reuse

Lançado há menos de um ano, o programa Reuse apela à responsabilidade ambiental e incentiva à transformação de uma Maria/Maleta noutro artigo. “Desta forma, estamos a reutilizar os materiais e a transformá-los noutro produto (upcycling) e o consumidor fica também com a certeza de que não há desperdício”, frisa Ana Neto. A outra vertente do programa Reuse, acrescenta Daniela Marques, é “convidar o cliente a enviar a sua antiga Maria, com o objetivo de ser reciclada, e, em troca, recebe um voucher para a próxima compra.” 

Como assim Maria/Maleta?

Há malas que vêm por bem é um trocadilho utilizado várias vezes para promover no mercado uma marca de malas em pele 100% nacional, que começou a ser projetada, em 2013, por duas amigas de infância com ambição de desenvolver um projeto em comum. “Apesar das nossas diferenças, queríamos materializar a nossa ligação em algo feminino, útil e invulgar. Tivemos várias ideias, mas o facto de termos crescido em São João da Madeira e de as nossas famílias estarem ligadas à indústria do calçado foi um fator decisivo”, recorda Ana Neto, responsável de produção. E assim nasceu a Maria/Maleta! Como assim Maria/Maleta? “Maria surge por ser um nome tipicamente português, todos têm uma Maria por perto de quem gostam”, aponta Daniela Marques. E Maleta? “Na altura, a Ana tinha partido um pé e uma das sugestões, entre risos e parvoíces, foi Maria Muleta, que facilmente se transformou em Maria Maleta, uma forma divertida de usar o produto e dizer ‘mala’”, acrescenta a responsável de vendas e comunicação. A barra do logo, essa, simboliza “a versatilidade e a dualidade dos produtos.”

De Portugal para o mundo

“70% do nosso mercado é externo. E, dessa forma, gostaríamos de crescer muito mais a nível nacional”, admite Daniela Marques. Seguindo que estratégia? “Ser uma marca online permite-nos mostrar os pontos diferenciadores do nosso produto, contar a nossa história, explicar a sua funcionalidade e todas as causas que defendemos. Em traços gerais, passa pela transparência, sustentabilidade e design diferenciador. Defendemos um #siscode, um código entre amigas, que tenta motivar o consumidor à amizade no feminino, com piada e sem preconceito. A amizade que consideramos ser a aventura mais excitante que a vida nos dá e sem preço.” Tivesse-se Carrie Bradshaw, de ‘Sex and the City’, cruzado com a Maria/Maleta…

Best-seller

Mochila Suede, em pele castanha clara e camurça verde escura. Pode ser usada de duas formas, fazendo jus à dualidade e adaptando-se à versatilidade feminina.

Planos

Apesar de alguma “preocupação” com o modelo de negócio digital, embora a Maria/Maleta tenha “alguns pontos de venda físicos”, as perspetivas futuras passam pelo “aperfeiçoamento do serviço de customização de produtos, quer na escolha de cores e materiais, quer na possibilidade de gravar uma mensagem escondida dentro do produto, melhorar a experiência de compra na loja online e procurar novos mercados”. “Vamos continuar a trabalhar e a criar e, apesar de o futuro poder ser mais incerto do que o habitual, devido à crise económica provocada pela pandemia, vamos manter o pensamento positivo e o foco naquilo em que acreditamos e temos como valores base da marca”, refere Ana Neto.

briefing@briefing.pt

 

Sexta-feira, 14 Maio 2021 11:00


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