Briefing | Que balanço faz da campanha Todos Por Todos?
Tiago Simões | Quando lançámos a campanha, precisamente a 13 de novembro, no Dia Mundial da Generosidade, sabíamos que tínhamos definido um objetivo ambicioso – mobilizar Portugal inteiro para “a maior recolha de alimentos de que há memória”, mas sempre acreditámos na generosidade dos portugueses. E assim concretizámos a maior campanha solidária de sempre da Missão Continente.
No total, a iniciativa conseguiu reunir o equivalente a mais de 1.2M€, que corresponde aos 460 mil euros angariados via chamadas de valor acrescentados e transferências e ao milhão de vales solidários que os clientes compraram nas lojas. A este apoio juntam ainda as 150 toneladas de bens alimentares doados inicialmente pela Missão Continente. Com este resultado vamos conseguir ajudar mais de 500 mil portugueses aos quais faremos chegar os bens alimentares, através dos nossos parceiros sociais.
Poder anunciar este tipo de balanço é comovente, porque apesar de já termos tido provas da generosidade dos portugueses noutras alturas, a campanha Todos Por Todos aconteceu num momento em que muitos estão a passar por dificuldades e poderiam não ter disponibilidade para contribuir, e seria totalmente legítimo. Mas fomos surpreendidos e ficámos impressionados com a onda solidária que se gerou.
Naturalmente, pós-campanha, segue-se uma fase igualmente importante e agradecemos à Cruz Vermelha Portuguesa, à Rede de Emergência Alimentar e à União Audiovisual pelo seu trabalho social e por garantirem que os alimentos chegam às famílias que atravessam um período menos bom.
– De que forma é que esta iniciativa se enquadra no posicionamento da marca?
O Continente e a Missão Continente têm uma relação muito próxima com as comunidades onde se inserem e estão atentos às suas necessidades. Mais do que nunca, defendemos que cada um de nós deve desempenhar o seu papel, seja grande ou pequeno, no sentido de nos ajudarmos mutuamente. ‘Para o Bem de Todos, o Melhor de Cada Um’, faz cada vez mais sentido na vida de cada um de nós.
A nossa missão social e de resposta a quem mais precisa foi exortada pela pandemia, que ao mesmo tempo deixou muito claro que é este o caminho que devemos continuar a trilhar.
Estamos focados em permanecer ao lado das famílias portuguesas sobretudo nesta fase mais crítica. Há mais de 35 anos que estamos empenhados em fazer o que é melhor para a população e, num ano particularmente difícil como este, era tão óbvio quanto necessário que o continuássemos a fazer.
Desde o início da pandemia do novo Coronavírus em Portugal que a Missão Continente tem manifestado o seu apoio, através de diversas instituições, às populações mais fragilizadas bem como aos profissionais de saúde e agentes de proteção civil que continuam na linha da frente a lutar contra a COVID-19.
– O que acrescenta para o Continente em termos de Marketing?
Este é um momento importante para o Continente reafirmar o seu papel e o seu real propósito, de demonstrar as suas iniciativas de responsabilidade social, reforçando a sua relevância, através de uma atuação baseada na transparência, na partilha de valores e no foco do que é efetivamente importante em cada altura. Apesar de existirem muitos apoios que não são visíveis, há iniciativas que faz sentido partilhar porque queremos incluir os clientes, e porque há um lado de sensibilização importante: para conseguirmos o bem de todos, é mesmo preciso darmos o melhor de cada um de nós.
– Os consumidores preferem as marcas que contribuem socialmente?
A responsabilidade social é um tema que ao longo dos anos tem conquistado uma crescente importância para os consumidores, sendo já visível que uma parte bastante considerável dos consumidores reconhece e dá preferência a marcas que demonstram preocupações e agem nesta vertente. Aliás, o Continente foi considerada a marca mais relevante e que mais contribui para apoiar os consumidores em contexto de crise provocada pela covid-19, segundo o estudo do BrandScore, da consultora SCOPEN. Este reconhecimento é para nós um sinal de estarmos no caminho certo.
– A Covid-19 reforçou a importância deste tipo de campanhas?
Tal como as pessoas, também as marcas passam por processos de reinvenção e adaptação em situações de crise ou de emergência nacional, como esta que vivemos atualmente. São alturas importantes para as marcas passarem as suas mensagens, o seu real propósito, reforçando a sua relevância social. Sem dúvida que o contexto atual veio reforçar a importância dos movimentos solidários e das causas humanitárias, que se tornaram prioritárias. A Missão Continente teve um ano de trabalho imparável, mas indispensável. Em 2020 outras campanhas, eventos e planos tiveram de ficar de parte, mas esses podemos retomá-los quando tudo passar. Para já, estamos empenhados em fazer com que passe de pressa e com o mínimo de consequências.
– Com o novo confinamento, há planos para renovar a campanha?
Em abril de 2020 lançámos a campanha “Nunca Desistir”; voltámos agora com o “Todos Por Todos” e pelo meio muita coisa foi e continua a ser feita. A perspetiva é mantermos a ajuda a quem mais precisa. Por exemplo, assim que recebemos o pedido acedemos imediatamente a ser o parceiro alimentar da unidade de retaguarda da Casa dos Atletas (Cidade do Futebol), que a Federação Portuguesa de Futebol disponibilizou ao Ministério da Saúde. São mais 25.000 bens alimentares que a Missão Continente vai doar de forma totalmente gratuita para os pacientes e trabalhadores desta unidade que surge pela necessidade crítica de aliviar a pressão dos hospitais. Continuamos a fazer as doações de excedentes alimentares nas mais de 300 lojas de norte a sul do país, para mais de 1.000 instituições de apoio social e animal. E assim continuaremos.
A Missão Continente vai sempre responder prontamente a qualquer iniciativa que permita minimizar as consequências sociais negativas que esta pandemia tem vindo a provocar.