Proveniente de explorações certificadas, este produto dá continuidade à “dignificação do leite dos Açores”, possibilitando uma “valorização maior” do mesmo, inserindo-se na estratégia que a marca tem vindo a traçar “há algum tempo”, que passa pela criação de artigos de valor acrescentado.
Em termos de promoção, a LactAçores vai arrancar com uma campanha 360, criada pela agência Zona de Ideias, comunicando o novo leite de pastegem – cujo packaging é assinado pela Shopper Engage – em televisão, mupis, outdoors, redes sociais e ATM, ao longo do primeiro mês. Após este período, a comunicação passará a ser feita “essencialmente, em redes sociais”, revela a diretora de Marketing da empresa.
O decréscimo de consumo, associado a um grande número de consumidores que valoriza o preço levam a que comunicar um produto como o leite seja um “verdadeiro desafio”, afirma Andreia Santos, ressalvando, contudo, que se tem assistido a novas tendências.
“O consumidor, cada vez mais, preocupa-se com a origem dos produtos, com aquilo que é natural, e nós tentamos ir ao encontro e enquadrar, um pouco, os nossos artigos, nessa vertente”, destaca.
A qualidade, os critérios rigorosos de certificação, e a questão de “estar em pasto 365 dias por ano” são apontados, pelo diretor geral da LactAçores, João Cunha, como fatores de diferenciação deste leite, que refere ainda que, para a empresa, “a inovação é tudo”.
Na visão de João Cunha, o que diferencia a empresa, hoje em dia, num mercado competitivo, é a aposta na inovação, a vários níveis: “Pode ser inovação através de packaging e inovação através de um produto específico – com uma qualidade, ingrediente ou mercado específico”.
O diretor geral da Unileite – União das Cooperativas Agrícolas de Lacticínios da Ilha de São Miguel e da LactAçores, António Pedro Escabeche, relembra que a produção do leite pastagem está associada a “elevadas exigências”, entre elas, a questão climatérica, que faz com que seja produzido em poucos países, sendo os maiores representantes a Irlanda e a Nova Zelândia, exemplifica.
Atualmente, tendo em conta a crescente preocupação com as práticas agrícolas sustentáveis, há outros países a desenvolver experiências de leite de pastagem, refere, destacando que “em Portugal, os Açores são um local privilegiado para a prática do pastoreio de vacas leiteiras”, devido à sua localização, clima temperado oceânico – com temperaturas amenas e chuvas distribuídas ao longo de todo o ano, associadas a solos férteis.
“O leite de pastagem dos Açores, mais que um produto, é um valor patrimonial da Região Autónoma dos Açores”, afirma António Pedro Escabeche.
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