Há uma receita cujos ingredientes não são os tradicionais, talvez por o tema ser a felicidade – de colaboradores. Planos de carreira e de formação estruturados para cada pessoa, a gestão de relações stress-free, uma cultura organizacional “sã e meritocrática” e uma comunicação interna “transparente”? Sim, pitadas de cada um deles et voilà!
A empresa – como o nome faz prever – foca-se na gestão de talento tecnológico e consultoria em tecnologia de informação, e é a maior do IT People Group. A casa-mãe aposta na transformação digital e criou essa receita de felicidade. Qual o maior desafio? “Fazer a receita funcionar para todos, pois a felicidade (empresarial) é diferente para todos”.
Tratando-se de uma tecnológica, onde a inovação faz o dia a dia, a IT People criou um programa de incentivos, ou, melhor, de retenção de talento, o “Talent Tiers”. O objetivo é “fidelizar os colaboradores ao programa e à empresa”, fazendo com que continuem a querer trabalhar lá, “desafiando-se e melhorando-se a si próprios, num ambiente saudável e de bem-estar”.
O projeto junta gamificação, objetivos de recursos humanos, e tecnologia blockchain – base de dados descentralizada, onde fica tudo registado –, para recompensar o cumprimento de tarefas. Tem uma vertente “fun e competitiva, que visa criar uma ligação mais pessoal e emocional à empresa”. Cada colaborador é um super-herói à sua escolha e vai conquistando superpoderes, que o ajudam a ser mais competitivo. As recompensas pelas tarefas cumpridas, essenciais ao processo da gamificação, são criptomoedas e incentivos virtuais, tais como medalhas, níveis e poderes sobre-humanos.
“Para esse objetivo, contribui a utilização de uma criptomoeda, sustentada por um sistema de blockchain, que, além de proporcionar aos colaboradores o contacto com uma tecnologia de ponta, promete revolucionar os sistemas financeiros; bem como dar maior credibilidade e segurança; ser mais sexy; e ter maior valor percecionado do que um vulgar sistema de pontos”, explica Rute Santos.
Cada colaborador tem uma wallet, onde acumula as suas criptomoedas, podendo transferi-las para colegas ou “pagar” artigos físicos. A atribuição dos bens materiais é feita através de um mecanismo de leilões, controlado por um bot, que permite aos colaboradores licitarem bens físicos e não físicos.
A equipa é desafiada a cumprir todo o tipo de tarefas, desde as mais “massudas”, passando pelas de responsabilidade social, até às mais lúdicas, como ir a eventos, ou fazer like no YouTube, no Instagram ou no Facebook da empresa.
As recompensas são cobertas, na totalidade, pela IT People. “Os prémios são importantes, mas a nossa procura por aumentar o salário emocional dos nossos colaboradores vai muito além disso”, afirma. Ainda assim, como alguns exemplos de prémios, destaca ações mensais que promovem a interação de toda a equipa; formações de bem-estar pessoal; e experiências que potenciem vivências e crescimento, como aulas de surf, jantares ou viagens.
Com os colaboradores mais felizes, o grau de comprometimento é maior, logo a produtividade aumenta. Rute Santos explica que isso chega aos clientes da IT People, e que a felicidade deles é uma extensão da empresa: “Tentamos sempre primar pelo rigor, pela urgência de resolução e pela criação de uma relação empática e humana”.