Marketing de conteúdos: da interação à fidelização

Aceitei com gosto o convite para escrever este artigo de opinião na sequência da abordagem feita ao assunto em título no segundo volume do livro “Marketing Digital & E-Commerce”. Peter Drucker, entre outros, disse, na passagem de século e de milénio, que a informação seria o produto das marcas no século XXI. Desde então, com o desenvolvimento da web, o marketing de conteúdos evidenciou as suas potencialidades para garantir a interação com as comunidades online e, no limite, a fidelização das mesmas.

 

Primeiro, o marketing de conteúdos centrado na partilha e lógica do utilizador e na procura de engagement e conversão; em segundo lugar, a necessidade de implementar um processo interno de elaboração de uma estratégia de marketing de conteúdos para conquistar, fidelizar clientes e obter resultados; e, finalmente, a ascensão da earned media fruto da necessidade das comunidades online terem aprovação de terceiros e conteúdos relevantes são algumas das forças motrizes apontadas pelos autores Inês Amaral, Elsa Fernandes e Uriel Oliveira para se cumprir uma missão e atingir objetivos de marketing de conteúdos.

Interação – A web, as plataformas e ferramentas digitais permitem partilhar coletivamente conteúdos e interagir com comunidades online contribuindo assim para um relacionamento mais interativo das marcas com os novos consumidores. A web é um espaço virtual de informação, distribuição e transação, mas é essencialmente um espaço de comunicação interativa que proporciona uma relação duradoura. A comunicação do posicionamento das marcas nos nossos dias, geradora de imagem, notoriedade e reputação, assenta cada vez mais na gestão integrada de conteúdos online e offline.  Por isso, é fundamental potenciar a interação das marcas através de uma adequada estratégia de conteúdos em linha com as personas e os objetivos de marketing. As tipologias de conteúdos mais eficazes variam em função da relação que as personas têm com a tecnologia, mas há uma tendência generalizada para o impacto relevante dos conteúdos visuais e vídeo em posts nas redes sociais e blogs, e das stories no Facebook e Instagram. No entanto, quando falamos de conteúdo, é importante não esquecer a importância do predomínio do hemisfério direito nos content writers, designers e videógrafos.

Fidelização – No limite, o marketing de conteúdos proporciona o melhor: a fidelização de comunidades online, a fidelização de clientes, porque o conteúdo de qualidade é procurado 24 horas por dia em websites, motores de busca, blogs e nos social media, meios mais sexy que combinam interatividade, informalidade, texto, imagem, vídeo live, animações e música. Ser capaz de criar emoções positivas pela via do conteúdo e de aumentar a interação não só através das tipologias de conteúdos já referidas mas também pela criação de white papers, thought pieces e envio de conteúdos em diversos formatos para reutilização de terceiros, assim como o recurso à distribuição wire, contribui para manter uma relação com as comunidades online, os consumidores, os influenciadores-chave e manter estruturas empresariais que nunca acabam como verdadeiras histórias de amor.

Contudo, o marketing de conteúdos, como estratégia de marketing digital eficaz, exige, simultaneamente, a monitorização in real time do comportamento do consumidor e a compreensão do funcionamento dos algoritmos das principais redes sociais, razão pela qual as métricas do marketing digital e as funções dos content analysts são cruciais para otimizar o esforço dos content marketing strategists, content writers, content editors, content promoters, designers e videógrafos.

 

Jorge Remondes, professor universitário, consultor e formador

 

briefing@briefing.pt

 

 

 

Segunda-feira, 16 Dezembro 2019 10:21


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