“As mudanças sempre foram permanentes, mas nunca aconteceram de uma forma tão rápida como a que estamos vivendo. Com a velocidade da tecnologia nas nossas vidas, a ideia vai morrer mais rápido”, afirmou.
Por isso, “a vida não está nada fácil para as marcas”. E deu exemplos: “Quem se lembra do famoso Google Glass? Ia mudar as nossas vidas, mas durou três anos e a gente nem sentiu”.
Perante isto, porque continuam empresas como a Google, a Apple e a Microsoft a investir nestes produtos? Porque, num cenário em que as marcas são cada vez menos relevantes, “não tem outro caminho”.
E, a propósito, citou o estudo da BrandZ relativamente às marcas mais valiosas de 2016, em que o top 10 é dominado por gigantes tecnológicas. Tirando a Amazon, “que é quase uma empresa de tecnologia”, e a McDonald’s.
Reforçou a ideia com nova citação, esta de um estudo da IBM segundo o qual 78% das pessoas que consomem não são fiéis a uma marca. “Estamos menos fieis e mais impacientes”, comentou, atribuindo essa impaciência ao facto de os consumidores serem cada vez mais mobile. “É que 50% das pessoas trocam de site se a página não abrir em dez segundos”.
Perante isto, as marcas estão a viver um dilema, porque, ao contrário do que se verificava até agora, não sabem o que vai acontecer daqui a dez anos. E os publicitários têm o mesmo dilema: “Temos de ter a humildade de, juntamente com as marcas, repensar como voltar a tocar o coração dos consumidores”.
É “uma época descartável em que o consumidor está mais preocupado com a velocidade do que com a qualidade”. O que faz dos millenials “o novo terror das marcas”.
Para responder a estes desafios, Hugo Rodrigues deixou a fórmula da Publicis: repensar, reimaginar, reconstruir. “E se, mesmo assim, o sucesso não vier? Fazem o que eu estou tentando fazer há 47 anos: tentam de novo, de novo e de novo, porque uma hora vai dar certo”.

