“É uma nova proposta de reorganizar e ampliar aquilo que temos vindo a fazer em termos de transmissões em streaming. O Público, tal como outros jornais, tinha uma linha de negócio e uma maneira de interagir com a sua audiência, que era feita através dos eventos físicos. Isso, como todos sabemos, há um ano, praticamente, que está parado”, começa por explicar o diretor-adjunto do Público, David Pontes.
Com a pandemia, o jornal começou a apostar, “cada vez mais”, na organização de eventos do estilo dos webinars, em espaço digital, o que tem levado a equipa a “dotar-se em termos técnicos” e a usá-los como uma ferramenta de jornalismo – nomeadamente, na área do debate, para, “de alguma maneira, e olhando para o momento que todos passamos em casa, encontrar aqui uma outra forma de estabelecer ligações com o público”.
Agora, o caminho levou a construir uma plataforma dentro do site, que procurará ter conteúdos novos na área do streaming, os quais passam por três apostas diferentes: atualidade – “aquela que vão sempre privilegiar” e que passa por dar a qualquer evento “o tratamento e jornalismo qualificado” da redação, estando em sintonia com o que podem ser as interrogações, as dúvidas e os assuntos que interessam à audiência; formatos de autor – espaço onde terão conversas sobre gastronomia e tecnologia, ligações à África lusófona e às comunidades portuguesas espalhas pelo mundo, discussões sobre cultura urbana, entre outros; e, por fim, os encontros de leituras – numa parceria com o jornal Folha de S. Paulo, como já se fazia, mas, em vez de ser em formato de transmissão na plataforma ou nas redes sociais do jornal, serão realizados dentro de uma sala Zoom, para permitir à audiência tirar ideias com os seus autores.
“Claro que também temos a noção que, quando a pandemia acabar, muitas pessoas vão estar cansadas de olhar para o ecrã e este tipo de formato pode ter tendência a esmorecer, mas nós acreditamos que a qualidade do nosso jornalismo e a nossa ligação à atualidade farão com que este tipo de produto continue para lá da própria pandemia, porque ele tem virtualidades, como a interatividade e a capacidade de juntar pessoas à distância, que outros formatos não têm”, defende o responsável.