O que é que a GROM (não) tem?

“Il gelato come una volta” – em português “o gelado como antigamente” – é o mote da GROM, a gelataria italiana que está em Portugal desde julho do ano passado e que se assume inclusiva. Para este posicionamento contribui, decisivamente, o facto de ser 100% isenta de glúten. Os celíacos são mesmo os melhores embaixadores da marca, cuja filosofia se centra na qualidade das matérias-primas e no equilíbrio dos ingredientes.

 

Naturais e orgânicos, sem conservantes, nem aromas artificiais. Eis os gelados da GROM, que inaugurou há um ano a primeira loja em Lisboa. A capital portuguesa tornava-se, assim, a 40ª cidade onde está presente, num investimento de 200 mil euros que a coloca no coração da metrópole, no Chiado. A origem italiana é, porém, bem visível na cadeia que dois amigos de Turim – Guido Martinetti e Federico Grom – fundaram em 2003 e que se apresenta como “a única gelataria no centro de Lisboa 100% isenta de glúten”. Esse é, aliás, um dos atributos da marca, que reforça o desejo de chegar ao maior número possível de consumidores, tornando-se inclusiva para toda a comunidade celíaca e intolerante ao glúten. “A doença celíaca tem crescido nos últimos anos e ao visitar as lojas apercebi-me de que – sobretudo as crianças – quando pediam um gelato sem glúten tinham uma certa sensação de desconforto”, comenta Guido.

“Queria precisamente evitar esse desconforto no dia daquela pessoa: um gelato deve representar um momento de felicidade. Gostaria de usar este tipo de atenção para todas as restrições alimentares, mas, infelizmente, algumas contaminações são mais difíceis de gerir com os fornecedores. O desafio foi criar produtos sem glúten tão bons como os normais e ter apenas a opção sem glúten. De forma a conseguirmos este objetivo tivemos de estudar bastante e criar a nossa própria padaria e começar a produzir biscoitos e cones internamente”, diz. “Valeu totalmente a pena”, garante e hoje celíacos – crianças e adultos – são os “melhores embaixadores da marca”. “Começámos a produzir internamente biscoitos e cones para os sabores de gelato, feitos com ingredientes naturalmente isentos de glúten e sem óleo de palma. Gostámos tanto do que criámos que decidimos lançá-los no mercado”, conta, explicando que não o fizeram motivados pelo negócio, “mas como uma forma de abrir possibilidades”. “Este é o resultado de quando fazemos coisas com paixão”, observa.

Os ganhos para a marca são evidentes, assegura a responsável da GROM em Portugal, Patrícia Neto. “Ainda antes de recebermos a certificação pela Associação Portuguesa de Celíacos já tínhamos algumas pessoas que vinham à nossa loja perguntar se os nossos gelados eram glúten free. Quando respondíamos que tudo na loja era 100% sem glúten e que inclusive os cones podiam ser comidos por pessoas celíacas, a reação era incrível”, afirma. “Com o facto de sermos a única gelataria certificada no centro de Lisboa e com a certificação bem visível à porta da loja e ao balcão, sentimos que a procura tem, de facto, aumentado e que as pessoas, celíacas ou não, já nos começam a reconhecer como a única gelataria sem glúten certificada no centro de Lisboa”.

Mas mais do que ser glúten free, o objetivo da marca em termos de posicionamento é ser inclusiva. Razão para o empenho em comunicar ingredientes e alérgenos contaminadores de cada sabor. “Não conseguimos gerir todas as restrições, mas podemos ajudar os nossos consumidores a tomar facilmente decisões seguras”, declara.

Outro dos atributos da marca é a “forte ligação com a natureza e com o que vem da terra”. “O nosso objetivo é conseguir monitorizar a nossa cadeia de fornecedores, desde selecionar e comprar matérias-primas a saborear os gelatos”, refere Federico. “Muito trabalho já foi e continua a ser feito no próprio packaging. Desde 2008, por exemplo, o papel e o cartão utilizados são certificados pelo Forest Stewardship Council, garantindo que toda a cadeia de madeira-papel é baseada na boa gestão florestal que respeita o ambiente. Adicionalmente, desde 2009, as colheres e os copos são feitos de materiais biodegradáveis. “O impacto ambiental da marca, particularmente em termos das suas atividades de produção, é também reduzido ao recorrermos ao uso inteligente de energia. Por essa razão, na nossa fábrica de produção em Mappano, perto de Turim, e em todas as lojas italianas, uma parceria com a empresa Wekiwi significa que 100% da energia utilizada é renovável”, acrescenta.

Este artigo pode ser lido na íntegra na edição impressa da Briefing.

sd@briefing.pt

 

Quinta-feira, 03 Outubro 2019 11:42


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