Em que difere esta edição dos outros anos da competição?
No último ano, o mundo assistiu a muitas transformações políticas e, como tal, muitas ideias surgiram que catapultam a sociedade para a frente. Espero ver muitas ideas que façam isso mesmo em vários campos: medicina, educação, politica, civismo, igualdade de géneros.
Quais os cases ou peças favoritos, na sua opinião?
Já é cliché referir estes, mas foram, de facto, os melhores do ano: “Meet Graham”, “Fearless Girl” e “Refugee Nation” sāo aqueles projetos que não se enquadram em nenhuma categoria (ou, pelo contrário, enquadram-se em muitas) e, por isso mesmo, todos falam deles.
O que se espera de uma ideia vencedora em Cannes?
Espera-se que seja uma ideia que inspire anos vindouros. As melhores ideias são as ficam como referência para todos os criativos. Não é à toa que ainda hoje se fala do Gorila da Cadbury, 10 anos depois de ter sido Grand Prix. Ideias que são um marco, estilístico e a nível de negócio.
Fora a competição, o que se pode esperar de melhor do festival para este ano?
Nos últimos anos tenho gostado muito de ver o aumento na participação e presença de grandes multinacionais como a Coca-Cola, P&G e Unilever no evento. E quando digo presença, falo em oradores convidados, stands especiais, ativações por toda a cidade. Cannes estava a perder terreno até há 3 ou 4 anos para outros eventos como o CES e SXSW (tradicionalmente certames mais orientados para o futuro), mas o foco em inovação desde então colocou os Leões da Riviera francesa na liderança, de novo, da criatividade mundial.


Frederico Roberto, diretor criativo da VML, de Londres, fala das suas expectativas para o festival de Cannes. À conversa com Tiago Fragoso e Fernando Aguiar, partilha que espera ideias que fiquem como referência para todos os criativos. Num festival que, diz, recuperou o seu papel na criatividade mundial.