O trabalho da Cristina e da Raquel é NMADE

Chama-se NMADE e pode dizer-se que é filha do confinamento: a ideia foi de Cristina Fernandes e Raquel Bento, duas amigas que encontraram assim uma forma de se ocupar. Juntaram o gosto pela moda e acrescentaram-lhe uma dose de sustentabilidade. A cereja no topo do bolo é que todas as peças são feitas à mão.

 TEMPO

“Estávamos no primeiro confinamento e com os negócios de ambas praticamente parados. O tempo acabou por ser determinante para pensarmos no que podíamos fazer para, nem que fosse… passar o tempo.”. Tudo começou assim, segundo Cristina Fernandes, que trabalhava em decoração de interiores. Sobravam-lhe tecidos sem utilidade, padrões descontinuados e restos de coleção: “Consideramos que, com o nosso espírito empreendedor e vontade de criar algo diferenciador, tendo por base a sustentabilidade, podíamos ter ali material para um novo negócio para ambas.”

 

MALAS PORQUE…

Porque, diz Cristina, os tecidos utilizados da área da decoração são bastante adequados a este tipo de acessórios. São tecidos bem estruturados com padrões apelativos e adaptáveis a muitos estilos. São tão ricos que, quando juntos a peles, consegue-se facilmente elevar a qualidade e sofisticação das peças.

 

EXCLUSIVOS

O que é diferenciador na NMADE? Raquel responde que é a utilização de desperdício de tecidos e peles na criação de peças sofisticadas, modernas, sustentáveis e únicas: “95% das nossas peças são modelos únicos. Quem adquirir uma bolsa NMADE modelo único garante uma peça exclusiva.”

 

SLOW FASHION

“Só fazia sentido iniciar um projeto que estivesse alinhado com os nossos valores.” É assim que Raquel explica o foco sustentável da marca: “Vamos alinhando o nosso dia a dia com este cuidado de sermos cada vez mais sustentáveis, ecológicos, menos consumidores e mais conscientes no consumo.” Além de que a indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo, pelo uso de solventes e outras substâncias tóxicas no tratamento dos tecidos, e por gerar cerca de 200 mil toneladas de lixo por ano, em que apenas 4% é reciclado. Daí a slow fashion como possível resposta.

 

UPSIDE DOWN

A criatividade nasce do gosto pessoal de ambas, mas também do que a matéria-prima permite. Cristina conta que o processo criativo é upside down, ou seja, primeiro olham para os tecidos que têm e só depois fazem um esboço da peça.

 

ONLINE

É, maioritariamente através das redes sociais que comunicam a marca, até porque – recorda Raquel – tudo começou aí, com uns convites a amigos, que foram passando palavra. Cresceram a uma velocidade que as surpreendeu e, por isso, há um plano de Marketing na forja. É também online que vendem, embora haja peças expostas no showroom de Cristina, Tramas e Texturas. Quando o retalho reabrir, chegará a vez de marcarem presença em lojas multimarca. E isto porque as vendas estão a correr bem.

“Estamos a conseguir construir a nossa comunidade de forma coerente e segura”, nota Raquel, com Cristina a acrescentar que as pessoas reconhecem que a qualidade aliada a um design atrativo acrescenta valor às peças”. Ah, e todas as peças são feitas à mão pela Raquel. “Cada peça é pensada e criteriosamente desenhada. E essa exclusividade dá às pessoas uma sensação de unicidade muito especial.”

 

briefing@briefing.pt

 

Sexta-feira, 20 Agosto 2021 11:14


PUB