No rótulo deste vinho do Douro pode ler-se “da terra salpicada de uva e sol de tantas memórias e saberes amados, nasce uma alma pura e sensível de alvoroço e paixão feita filha da minha vida em forma de vinho”. Não é por acaso. Explica António que tudo começou com a paixão que sente pela terra e pelo Douro e com o desejo de produzir um vinho. Ora uma das castas mais antigas da região é a Tinta Francisca. Francisca é também o nome da filha mais nova do casal, pelo que “fazia todo o sentido” chamar Dona Francisca a este vinho.
O produtor descreve-o como “um vinho cor rubi com notas violeta. Intenso no nariz, com aromas de frutos maduros pretos, cerejas, amoras, bem casado com a madeira nova que lhe dá mais complexidade. Boca ampla, redondo com taninos macios e finos, notas de ginja e ligeira compota. Fresco e equilibrado com um final longo e mineral”.
De produção pequena, dirige-se essencialmente ao mercado nacional, com “edições muito especiais em quantidades muito pequenas para aquilo a que o mercado está habituado”. Assim, a colheita de 2010 deu cerca de 4000 garrafas e, da de 2011, que é a que está à venda atualmente, resultaram 6500.
Joana Queiroz Ribeiro diz-se tão entusiasmada com este projeto como o marido. “É um sonho tornado realidade. Tem um significado especial acompanhar o crescimento do Dona Francisca no mercado e sentir que os consumidores gostam do vinho ao ponto de o aconselharem aos amigos. Temos ganho alguns clientes assim… “, conta.
Nos vinhos, aplica os ensinamentos ganhos nos anos que passou na cervejeira de Leça do Balio. “Acredito que as aprendizagens e a experiência que vamos ganhando durante a vida se podem aplicar a novos contextos”, afirma, especificando: “Para quem tem que escolher um vinho, é muito importante, para além de o provar e perceber as suas características organoléticas, conhecer a origem do vinho, o Terroir , o enólogo, o produtor, o que está por detrás da produção do vinho. As suas histórias. Por tudo isto é muito importante a relação que se cria com os clientes e com os consumidores. A comunicação deve ser o mais próxima e transparente possível”.