O que Renato pretendeu recriar – o projeto é uma parceria com o libanês Daniel Baz, também ele mudado para Lisboa – foi um dos espaços mais típicos do Rio de Janeiro, onde a comida e o convívio se sentam à mesma mesa, com os mais emblemáticos a serem detidos por portugueses.
À frente da cozinha está Pedro Hazak, chef jovem, mas com restaurantes de topo no currículo: já passou pelo Rio Maravilha, pelo Bairro do Avillez, pelo Zazah e pelo Asiático. Esta é a primeira vez que está a solo.
E o que propõe é uma carta refinada, de pratos são simples, mas com boa apresentação. Diz Renato que o objetivo é ter uma montra de todas as influências culinárias que o seu país sofreu. Do strogonoff, que vem da Rússia, ao falafel do Médio Oriente. Sem esquecer a diversidade do próprio Brasil. As raízes estão presentes, simbólica e literalmente, sob a forma de mandioca e tapioca que chegam do nordeste.
Como a ideia é que o Boteco da Dri seja um espaço de convívio, à semelhança dos originais cariocas, muitos dos pratos apresentam-se sob a forma de petisco – para provar aqui e ali. Para começar há pão de queijo, tradicional ou (para os mais gulosos) recheado com linguiça. E depois uma trilogia de pasteis – com carne, queijo ou camarão. O aipim frito (mandioca) surpreende. O desfile continua com picanha e picadinho carioca. E só termina com a sobremesa, claro: não podiam faltar o brigadeiro e a goiabada com queijo minas ou uma mousse de maracujá com chocolate. Diferente – para bom, muito bom – é a paçoquinha com doce de leite. Na companhia de uma cachaça com mel ou de uma batida de coco é o final perfeito ou… o princípio do serão… Até porque este boteco está aberto até às três.