Quando as tribos pós-modernas se encontram nos grupos do Facebook

Vivemos tempos empolgantes, em que as emoções estão mais fortes do que adormecidas. Poderia estar a referir-me à incontornável pandemia, mas falo do ecossistema do Marketing que está mais fervilhante que nunca. A meu ver, esta energia deve-se à consolidação do Marketing Tribal nas estratégias de comunicação das marcas e a plataformas que o catapultam, como o Facebook.

O nome Marketing Tribal denuncia bem o conceito. Viajou-se ao Passado, às raízes onde éramos essência e recuperou-se o significado do que nos torna humanos: seres sociais que desejam e necessitam pertencer a um grupo, ser membro de uma tribo onde nos reconhecemos em ideias e valores.

Pode soar que esteja a celebrar um pouco fora de tempo, afinal estamos em 2021 e o conceito nasceu no final do século XX, tendo vindo a enraizar-se no mercado desde o início deste século, mas não é disso que se trata. Celebro a efervescência da humanização das marcas, a mudança de paradigma que tem vindo a sedimentar-se na última década, libertando-se do individualismo do consumo para abraçar as poderosas comunidades de consumidores – tribos pós-modernas.

Após décadas de história de Marketing chegámos ao momento em que falamos ao mais humano de nós: o reconhecimento na personalidade coletiva, composta por um grupo heterogéneo unido por emoções e comprometido através de símbolos e rituais, diferente da segmentação do mercado por idades ou dinheiro.

Quando uma marca encontra a sua tribo de consumidores e consegue elevar os melhores sentimentos, ganha a inquebrável lealdade e verdadeiros parceiros de negócio. Envolvidos pelo storytelling e fiéis aos valores, os consumidores recomendam os serviços ou produtos da marca aos membros integrantes do seu círculo tribal. Rapidamente, a boa nova dilata-se pelo global pois, ao contrário das tribos arcaicas, as tribos pós-modernas são livres de barreiras geográficas, sociais e culturais.

 

Grupos de Facebook: diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és

Ao contrário do que muitos jovens da Geração X possam dizer, o Facebook continua uma instituição no mundo das redes sociais. Progride em aumento de perfis e muitos grupos. Recentemente Zuckerberg e a equipa do Facebook atualizaram o algoritmo fazendo com que os posts dos grupos associados a um utilizador surjam no topo dos feeds. Segundo as estimativas da rede social, 1,4 billiões de pessoas usam, mensalmente, 10 milhões de grupos de Facebook. Em cada um destes grupos, uma comunidade de utilizadores partilha gostos, causas, geografias, atividades desportivas, cultura… aqui tudo vale e conta.

Os grupos do Facebook são, neste momento, o habitat natural do Marketing Tribal. Ao criar um grupo, as marcas envolvem-se diretamente com a comunidade de consumidores, ficando a saber o que os empolga, o que os desanima e porque acontece. É uma oportunidade única para as marcas auscultarem as emoções da audiência e de lhe falarem ao ouvido. Podem contar com uma audiência altamente atenta que está no grupo, porque quer pertencer-lhe e saber mais. Associar o negócio a um grupo do Facebook irá aumentar diretamente o alcance orgânico com a atividade entusiasta dos utilizadores.

Nesta era digital, o que nos move, comove e promove continua a ser o sentimento basilar humano de pertença e conexão. Pertencer a um grupo sempre foi importante para os indivíduos, pertencer a um grupo do Facebook é muito importante para as marcas, Hoje e Amanhã.

 

Rodrigo Oliveira, fundador e diretor geral do Zyrgon Network Group

briefing@briefing.pt

 

Terça-feira, 15 Fevereiro 2022 11:25


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