Se um desconhecido lhe oferecer flores…

Se um desconhecido lhe oferecer flores……isso é… Impulse.
Começava assim um dos anúncios mais famosos da década de 1980.
Hoje não vou falar sobre desodorizantes, menos ainda irei recuar a uma das décadas mais profícuas na criação de slogans publicitários.

Lembrei-me do Impulse quando reflectia sobre um novo formato de anúncios que poderá vir a criar uma tendência na publicidade digital.

Se um anúncio falar consigo, isso é…

… uma nova forma de abordar o consumidor que as marcas poderão adoptar.

Supondo que usa um smartphone, imagine que caminha pela rua, ouvindo música. De repente, começa a ouvir um anúncio. Sobre qualquer coisa. Fica ao seu gosto. Escolha: café, sandes, viagens… Não importa. O anúncio começa como qualquer outro anúncio. Como tantos outros anúncios que já ouviu. Contudo, uma voz (de preferência) simpática diz-lhe que, por estar a passar perto de uma das lojas da marca que serve café, sandes ou que vende viagens, pode aproveitar para entrar e usufruir de uma oferta ou um desconto. O que faria?

A. Vai à loja;

B. Continua a caminhar.

Independentemente da opção, importa reter que a publicidade pode ser interactiva. Acima de tudo, que pode, também, mudar a forma como nos relacionamos com as marcas. Na verdade, mais do que levá-lo até à loja, anúncios deste género procuram a interacção com o consumidor, respondendo a questões (deseja receber um cupão de desconto?), através da voz ou da manipulação do aparelho (clicando ou agitando, por exemplo). Suscitarão, certamente, a curiosidade. Ou o susto, no caso dos mais distraídos.

O objectivo deste novo modelo de anúncios é o de favorecer uma ligação directa, através da voz, entre o consumidor e a marca, criando conversações instantâneas com o anunciante. Espera-se, com isto, que tal possa criar maior valor para o consumidor e, simultaneamente, melhorar os resultados das marcas. Ao que sei, há duas empresas a trabalhar nesta matéria. Uma na Europa, outra nos Estados Unidos da América. Na verdade, parece-me que, na Europa, a abordagem é mais construtiva, no sentido da criação de um mercado de publicidade rich-audio, numa plataforma interactiva que relaciona consumidores e marcas, permitindo-lhes interagir, digamos, de viva voz. Não estranhe, por isso, se um desconhecido lhe oferecer flores. Ou outra promoção qualquer…

Segunda-feira, 23 Junho 2014 08:57


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