“Era crucial demonstrar de forma mais clara e numa linguagem mais atual o trabalho de Triunfo para criar bolachas deliciosas, ricas nutricionalmente e com respeito pelo planeta. Acreditamos que, ao cuidarmos e melhorarmos os processos inerentes ao fabrico das nossas bolachas, podemos oferecer ao consumidor um produto que lhe proporcione bem-estar, com o sabor único característico de Triunfo”, frisa. Rita Alves explica que o relançamento assenta no propósito “Cuidando do nosso, cuidamos de si”, demonstrativo de que, mais do que centenária – está há mais de 100 anos no mercado –, Triunfo é uma marca sustentável e com preocupações ambientais. Recorda, por outro lado, que a ambição de cultivar trigo de qualidade superior surgiu há cerca de 10 anos, quando, com a ajuda de apenas alguns agricultores, desenvolveram um conjunto de boas práticas conducentes a um movimento de agricultura sustentável. “Hoje em dia chamamos Programa Harmony a esse guia de boas práticas que se foca em diferentes elementos chave da sustentabilidade. Atualmente, 60% do trigo utilizado pela Mondelez na Europa Ocidental é cultivado por agricultores certificados por este programa, mas acreditamos que podemos fazer ainda mais, pelo que o nosso objetivo é passar a utilizar trigo harmony em 100% das nossas bolachas (que contenham trigo) até 2022”, refere. O rebranding da Triunfo evidencia este programa, começando por comunicá-lo tanto em pack (além de um logotipo mais moderno, todos os eixos desta componente sustentável são explicados ao consumidor) como através de uma campanha multimeios que reforça este posicionamento e afirmação estratégia da marca.
Foram lançados dois novos produtos, Triunfo Digestive Chocolate, que fortalece a boa performance deste segmento, e Triunfo Palmiers, uma nova aposta no segmento de bolachas tradicionais para reforçar a quota de mercado. Com estes lançamentos em 2021, a marca passa a contar com 18 produtos, estando presente nos segmentos Tradicional, Digestive e Digestive GO, que valem atualmente cerca de €5,6M, com um crescimento de 4% em relação ao ano anterior.
Na visão de Rita Alves, o relançamento da marca também a aproxima mais do consumidor, através de uma abordagem muito mais emocional. “Com este relançamento, quisemos não só reforçar as credenciais de Triunfo enquanto marca portuguesa, como conquistar um consumidor mais jovem que pode ter uma perspetiva antiquada da marca. Há mais de sete anos que não comunicávamos e, por isso, esta aposta é tão importante para nós, voltamos a falar com os nossos consumidores”. Esclarece, ainda, que o mercado português tem caraterísticas muito diferentes do resto da Europa: “Há tendência de generalizar as estratégias a nível Ibérico, mas os hábitos de consumo entre nós e Espanha são completamente diferentes, pelo que na Mondelez procuramos desenvolver estratégias e inovações especificas, adaptadas ao nosso mercado.” Adicionalmente, destaca que a pandemia está a ter um grande impacto significativo nos hábitos de consumo. “As pessoas passam mais tempo em casa e o consumo está a ser desviado para dentro do lar. O pequeno-almoço é feito em casa, os lanches são feitos em casa e o ´on the go´ perde relevância”, afirma, salientando, neste âmbito, a necessidade de adaptação por parte das empresas.
O plano de Triunfo foi construído numa perspetiva de três anos. A marca não tinha apoio nem investimento e foi montada uma estratégia para conseguir os recursos necessários, nomeadamente novo design, novo packaging, comunicação e digital.
“O futuro de Triunfo é bastante promissor, contando já com um pipeline de inovação forte para os próximos anos. À medida que a marca for provando e apresentando resultados, o apoio será também maior, passando, ano após ano, a ser um dos pilares fundamentais de toda a estratégia da categoria e da empresa”, assegura Rita Alves. Relativamente à pandemia, afirma que a situação obrigou a reajustar a estratégia, porque os resultados passaram a ser mais voláteis e sujeitos aos períodos de confinamento/desconfinamento, o que torna muito mais difícil prever e ajustar previsões de vendas e, consequentemente, as respetivas campanhas e lançamentos. Por outro lado, prossegue, o marketing passou a ser gerido em real time – apesar de existir uma estratégia pré-definida para o ano –, levando a múltiplas alterações e ajustes decorrentes da situação. “Num futuro próximo, mais do que a praticidade/conveniência do produto em si, é muito importante pensarmos na conveniência da própria compra, e aqui é fundamental destacar a preferência pelo online. Nesta nova realidade, a digitalização ganha cada vez mais relevância e é imprescindível que as empresas se reinventem e adaptem de acordo com este canal de distribuição, adequando não só a oferta como as promoções e propostas de valor que façam sentido de acordo com a nova consumer journey”, destaca. Não basta que o produto esteja disponível online, é necessário pensar em parcerias estratégicas que vão para além dos fornecedores habituais e estar em todos os canais de comunicação com uma presença ativa nas redes sociais, que representam cada vez mais uma forma de visibilidade junto dos consumidores, conclui.